Goiás tem registrado queda no número de internações entre idosos acima de 60 anos com Covid-19. Segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde, o número de pessoas nesta faixa etária que precisou de tratamento hospitalar por complicações causadas pela coronavírus caiu e já não é o grupo que mais necessita de internação. A vacinação é considerada um dos pontos chave para essa diminuição.
No mês de junho, as internações de idosos acima de 60 anos foi de 30% do total, enquanto da faixa etária de 40 a 59 anos foi algo próximo a 50%. Uma inversão em comparação com a primeira onda da pandemia de coronavírus que atingiu o país e Goiás em 2020. Além disso, o número geral de hospitalizações está em tendência de queda desde pelo menos o fim de junho.
Em entrevista realizada na manhã de quarta-feira (7), o secretário de Estado da Saúde, Ismael Alexandrino, atribui essa mudança à dinâmica própria do vírus e à vacinação. “Imaginávamos que teríamos um mês de junho com alta pressão nas UTIs. A partir da mudança do mês essa pressão caiu. Isso é resultado do ciclo viral mais a vacina. Agora estamos um pouco menor que o pico da primeira onda. Para você ver como foi agressiva a segunda onda”, apontou.
A superintendente de Vigilância em Saúde de Goiás, Flúvia Amorim, avalia que a vacinação, sobretudo das faixas que receberam a segunda dose, faz a diferença na busca por hospitalizações. Ela observa que assim que essas faixas são vacinadas, o número de internações cai. Consequentemente, a porcentagem da faixa de idade anterior sobe. “Para os idosos, vimos uma queda já desde abril para acima dos 70 anos, justamente aqueles que foram os primeiros a serem vacinados”, explica.
Segundo o painel da Secretaria de Estado da Saúde, a ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) nesta quinta-feira em hospitais da rede pública está em 77,3%, enquanto os leitos de enfermaria está com 53,45%. Em Goiás, a pasta aplicou a primeira dose em 2.456.995 pessoas e em 787.182 a segunda dose.
Capital
Em Goiânia, no mês de junho, 31% das internações por Covid-19 e Sindrome Respiratória Aguda Grave (Srag) foi de idosos acima dos 60 anos. Uma queda substancial que é atribuída pela Secretaria Municipal de Saúde à vacinação completa da população desta faixa. Em janeiro, por exemplo, um mês antes do início da vacinação, 63% das internações eram acima de 60 anos.
Com o avanço da vacinação a situação se inverteu. Em junho, 46% das internações são da faixa entre 40 e 59 anos — ou seja, maior porcentagem das pessoas que precisam de hospitalização. Para se ter ideia do impacto da vacinação entre os idosos, no mês passado mais pessoas de 50 anos foram internadas do que idosos.
Segundo aponta o Técnico da Diretoria de Políticas Públicas de Goiânia, Sérgio Nakamura, o efeito imediato da vacinação por idade é a queda na faixa etária contemplada pela imunização e aumento do número de internações na idade imediatamente anterior.
Neste sentido, a queda no número de internações em Goiânia para a faixa de 40 a 59, que é o público alvo atual, deve ser registrada ainda em julho. “Com isso, teremos queda global. A primeira dose já impacta na imunização de forma coletiva. De forma individual, é preciso ter o reforço”, avalia Sérgio Nakamura.
A taxa de ocupação de UTI, até a tarde de quarta, em Goiânia, estava em 74,5%. Para a primeira dose, 573.550 pessoas foram vacinadas. Já 217.629 receberam a segunda dose na capital.
Aparecida
Reportagem do Mais Goiás mostra que já surtiu efeito a vacinação contra o coronavírus entre os idosos acima dos 60 anos em Aparecida de Goiânia. Nesta faixa, houve redução para 30% do total de internações na cidade no período pós-imunização. O número de óbito nesta faixa caiu 20% nesta mesma faixa.
Assim, a maioria das pessoas internadas com Covid-19 em Aparecida de Goiânia atualmente tem entre 39 e 59 anos.
Eduardo Pinheiro
Do Mais Goiás
