Seis pacientes com Covid-19 morreram depois de um problema no sistema de oxigênio no Hospital de Campanha de Porangatu. O último paciente foi o taxista Vanilton de Freitas Amorim, de 41 anos. O caso é investigado pela Polícia Civil (PC).
Vanilton morreu na noite de quarta-feira (14). Ele havia sido internado no Hospital no dia 3 de julho e chegou a ser intubado no sábado (10). Depois do problema no sistema, ele foi transferido para Uruaçu, a cerca de 130 km de Porangatu, mas não resistiu.
A víuva de Vanilton, Nilda Soares, contou ao G1 que a transferência foi feita de forma abrupta e que não teve notícias do marido. “Ele sofreu a transferência brusca. Ficamos muito apreensivos no dia. Fomos muito mal informados sobre a situação. Fiquei 24h sem notícias do meu marido” disse a esposa.
O problema com oxigênio
A falha no sistema aconteceu no domingo (11), depois que uma árvore caiu e derrubou dois postes na região. De acordo com a Secretaria de Saúde, a queda comprometeu toda a rede elétrica e que foi necessário utilizar um gerador de energia que aciona o compressor da rede de gases. Entretanto, o compressor também apresentou problemas por causa da carga excessiva de energia.
Depois que o problema aconteceu, os pacientes foram transferidos como medida de segurança para Uruaçu em ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e do Corpo de Bombeiros. De acordo com a prefeitura, os veículos foram abastecidos com cilindros de oxigênio e, em nenhum momento, faltou energia, medicamento ou oxigênio aos pacientes em atendimento.
Polícia investiga o caso
A PC afirmou que já começou a ouvir testemunhas e que existe a possibilidade de que os pacientes tenham morrido durante a tentativa de transferência. Ainda de acordo com a corporação, tudo indica que o oxigênio foi fornecido pelo sistema de emergência do Hospital, apesar do problema no compressor.
De acordo com o delegado responsável pelo caso, Luciano Santos da Silva, a polícia busca apurar se a saúde dos pacientes piorou durante a transferência. Outra questão levantada pelo delegado é que a prefeitura de Porangatu não possui contratos de manutenção no compressor.
“A gente já tem certo entendimento de que houve sim um problema no compressor que pode ter sido ocasionado por falta de correta manutenção”, disse Luciano. “Se a polícia detectar que houve uma falha de manutenção, um descuido ou omissão por parte da gestão, inevitavelmente vai haver responsabilização das pessoas que deveria fazer a manutenção, se fosse o caso”, concluiu
Com informações de G1