Embalados por pesquisas de intenção de voto que demonstram viabilidade eleitoral da candidatura de Lula à presidência da República em 2022, representantes do PT em Goiás esperam que essa “onda” ajude o partido a eleger mais deputados estaduais. O partido, que no seu auge chegou a ter uma bancada de seis parlamentares na Assembleia Legislativa, ensaia a formação de uma chapa com nomes conhecidos para alcançar um bom desempenho nas urnas.
“Vamos focar as candidaturas proporcionais nessa onda que vai levar Lula à presidência”, afirma Luis Cesar, que em 2022 tentará voltar à Assembleia quatro anos depois de uma tentativa frustrada de se eleger senador. “Lula nunca ganhou eleição em Goiás, nem liderou pesquisa. Nem em 2022. Pela primeira vez na história, ele tem vencido nas pesquisas no Estado. Inclusive em rincões do agronegócio, como Rio Verde e Jataí”, afirma.
Dessa vez, a deputada estadual Adriana Accorsi (PT) será candidata a deputada federal. A presidente do PT em Goiás, Kátia Maria, reforça a tese de a prioridade do diretório goiano do PT é conseguir bom número de votos para Lula, mas diz que o partido trabalha também para eleger deputados estaduais e federais. “Queremos dobrar as bancadas”, afirma, ao lembrar que o PT tem hoje dois deputados estaduais e um federal.
Em 2014, o partido elegeu quatro deputados estaduais. Esse número caiu para dois em 2018. Alguns desses nomes, inclusive, devem entrar na disputa em 2022, mais uma vez, para garantir o sucesso petista na Casa, como o de Luis César Bueno. Deputado estadual eleito em 2014, ele não repetiu o feito em 2018, quando saiu para concorrer ao Senado. À época, ele teve 101.743 e não conseguiu a cadeira – que foi para Vanderlan Cardoso (PSD) e Jorge Kajuru (Podemos).
Outros nomes que podem compor a chapa de deputados estaduais é da ex-deputada federal Marina Sant’Anna, o atual deputado estadual Antônio Gomide, a própria presidente da sigla em Goiás, Kátia Maria, além do vereador Mauro Rubem. Na onda de Lula e com nomes reconhecidos, o partido deve buscar, pelo menos, voltar aos quatro representantes na Alego – Luís César lembra que a Casa já comportou seis petistas, no passado.
Katia afirma, ainda, que outros nomes, além dos citados, também devem fortalecer ainda mais a chapa. Apesar de não revelar detalhes, ela afirma que são pessoas já filiadas e outras novas. “Coisas novas e coisas boas virão.”
Já na Câmara Federal, a ideia é a manutenção de Rubens Otoni, que já declarou ao Mais Goiás que disputa a reeleição, e entrada de Adriana Accorsi. A petista, que também disputou a prefeitura de Goiânia em 2020, disse que o plano original era tentar, novamente, a Assembleia. Contudo, acatou a um pedido do partido e o do próprio ex-presidente Lula.
“O pedido faz parte de uma estratégia adotada pelo PT no Brasil para fortalecimento. Então, fiz essa reflexão e conversei com lideranças a respeito”, revela Accorsi sobre o novo desafio.
PT e o governo de Goiás
Além das chapas de deputados, o PT também estuda a possibilidade de lançar candidatura própria ao governo de Goiás. O nome mais cotado é do ex-reitor da Pontifícia Universidade Católica (PUC-GO), professor Wolmir Amado.
A expectativa, conforme já revelado ao Mais Goiás, é que a confirmação ocorra no começo de 2022. Caso o PT não viabilize a candidatura, a especulação é que o partido possa apoiar algum nome, como o do prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (sem partido), caso ele declare apoio a Lula.
“Wolmir colocou o nome à disposição, mas ainda vamos fazer esse debate. Como a prioridade é fortalecer o palanque de Lula, buscamos dialogar para fazer aliança com quem declarar apoio ao ex-presidente e fazer oposição ao Caiado. Mas o Wolmir é um bom nome”, declara.
Segundo ela, contudo, o partido está aberto a todos que quiserem dialogar – e se enquadrem nas duas exigências (de apoio a Lula e oposição a Caiado -, não somente o prefeito de Aparecida.