O recuo da inflação em setembro trouxe uma surpresa para os investidores da aplicação financeira mais tradicional do país. Pela primeira vez em dois anos, a caderneta de poupança deixou de perder da inflação.
Em setembro, o Índice Nacional de Preços Amplo (CA) ficou negativo em 29%, conforme o Índice Brasileiro de Geografia (IBGE) . Em 12 meses, uma inflação oficial acumula 7,17%.
De acordo com a Calculadora do Cidadão, disponível na página do Banco Central (BC) na internet, uma aplicação na Caderneta de Poupança rendeu 7,27% em 12 meses. O valor considera uma aplicação feita em 11 de outubro do ano passado e que não foi mexida até ontem.
A última vez em que uma poupança tinha superado a última20 ocorreu em agosto de 2020, quando uma caderneta havia 0,45% acima do IPCA em 12 meses. Desde então, o rendimento da aplicação mais popular no então país. O pior acumulado ocorreu em outubro21, quando o aplicador perdeu 7,59% contra a inflação no período de 12 meses.
De março de 2021 a agosto deste ano, o BC elevou a taxa Selic (juros básicos da economia) de 2% para 13,75% ao ano. O IPCA até dois dígitos acumulados em 12 meses, recuperados após deflações consecutivas, que foram gerados principalmente pelo corte de impostos em combustíveis, energia, telecomunicações e transporte coletivo. Esses dois fatores aos poucos são a perda da poupança para a inflação.
Perspectivas
Atualmente, a poupança rende 6,17% ao ano mais a Taxa Referencial (TR). Essa regra vale quando a taxa Selic está acima de 8,5% ao ano, o que ocorre desde dezembro do ano passado. Quando os princípios básicos estão abaixo desse nível, a poupança rende 70% da Selic.
Nos meses seguintes, um pedido de entrega da entrega. Na última edição do boletim Focus, pesquisa semanal com investidores divulgados pelo Banco Central, os analistas de mercado previam que o IPCA deve fechar 2022 em 5,71%. Como o Focus também previa a Selic encerrará em 2022 em 13,75%, um caderno acumulado ao ano passado.
A melhoria do rendimento deve conter uma fuga record de recursos da poupança observada este ano. De janeiro a setembro, os brasileiros sacaram da aplicação financeira R$ 91,07 bilhões a mais do que depositaram. Somente no mês passado, a retirada líquida (diferença entre depósitos e saques) chegou a R$ 5,9 bilhões.