Um paciente acamado e sob necessidade de cuidados especiais foi obrigado a deixar o Hospital Municipal de Goianésia em um táxi por falta de ambulância disponível. O homem, que estava infestado de formigas no momento da saída, foi filmado por sua esposa, que denunciou a situação precária em que viviam. Por meio de nota, a Secretaria de Saúde do município destacou que o local estava devidamente dedetizado e que foi opção da família ter retornado para a residência por outro meio de transporte. A íntegra da nota está disponível ao final da matéria.
O caso aconteceu no último domingo (14), quando Genesi Moraes, 54 anos, levou seu marido, José Quirino, 68 anos, ao hospital para a troca da sonda alimentar. A paciente relata que chegou à unidade por volta das 22h do sábado e só conseguiu sair às 11h do domingo, após a realização do procedimento.
Após a troca da sonda, Genesi foi informada pela equipe de enfermagem que não havia ambulância disponível para transportar seu marido para casa. A mulher, indignada com a situação, teve que contratar um táxi para levar o paciente, que, devido às feridas no corpo causadas por permanecer deitado por vários anos, ficou coberto de formigas durante o trajeto.
“Essa é a terceira vez que isso acontece”, afirma Genesi, que ressalta ter sido repreendida por uma enfermeira por filmar a situação. “Ela disse que eu não poderia fazer isso, porque eu precisaria voltar no hospital para receber atendimento, e eu falei: ‘Eu vou voltar, porque pelo meu marido eu faço qualquer coisa, porque eles têm que cuidar dele'”, desabafa.
A sonda alimentar é essencial para a nutrição de José Quirino, que não consegue se alimentar por conta própria. A falta de ambulância e o precário estado de higiene do hospital colocaram em risco a saúde do paciente, que, segundo Genesi, já foi submetido a essa situação em outras duas ocasiões.
Não faltaram críticas ao prefeito do município, Leonardo Menezes (PL). “Eu só quero que o prefeito veja o que o ser humano é, não é cachorro. A gente não tem dinheiro pra pagar por hospital e o meu marido não merece passar com isso. É difícil falar, mas a gente tem que falar, porque pelo meu marido eu tenho coragem, porque ele é um ser humano e por ele eu faço tudo”, finaliza.
Leia a nota na íntegra da Secretaria de Saúde do Município:
“Circula nas redes sociais vídeos com informações errôneas sobre o atendimento realizado no Hospital Municipal Irmã Fany Duran.
A par de esclarecer a população sobre o fato, informamos que o paciente em questão deu entrada no Hospital Municipal de Goianésia na noite do dia 13 de abril, às 22h45 proveniente da Unidade de Suporte Básico (SAMU), para desobstrução de sonda de Gastrostomia (alimentação). Ele recebeu atendimento médico as 22h50, procedimento realizado sem intercorrências e sem necessidade de internação, recebendo alta hospitalar.
Imediatamente pela equipe do hospital entrou em contato com o condutor da ambulância para comunicar sobre o retorno do paciente ao domicílio, porém, estavam em transporte inter-hospitalar. A família foi orientada a aguardar, entretanto, a acompanhante se recusou e acionou meios próprios para retornar ao domicílio. O paciente é acompanhado pelo Equipe Multidisciplinar de Atendimento Domiciliar (EMAD), que dispõe de equipe e visitas domiciliares rotineiramente, para acompanhamento do quadro clínico individualizado.
Quanto a presença de formigas, afirmamos que o Hospital Municipal Irma Fany Duran recebe dedetização periodicamente, e são utilizados diariamente materiais específicos para higienização hospitalar. adequado para o ambiente. Reitero ainda, que o paciente adentrou o ambiente após a devida limpeza no local”.
