Gustavo Gayer, como há muito se suspeitava, não será mais candidato a prefeito de Goiânia. Com isso, cerca de 20% dos eleitores da cidade que manifestavam preferência pelo bolsonarista ficaram órfãos. Os demais concorrentes se alvoraçaram e estão salivando para abocanhar esses votos.
Quem conseguirá ficar com o espólio de Gayer?
Fred Rodrigues pula na frente, por óbvio. É ele quem Gayer aponta como sucessor. Mas como é mais que sabido na política, voto não tem dono e transferi-lo é coisa difícil de fazer. Uma parcela pode mesmo ir para o deputado estadual cassado, mas qual será este percentual? Essa é a pergunta que os demais oponentes fazem. Sempre lembrando, se Fred for mesmo candidato, já que sua elegibilidade está em xeque.
Sandro Mabel cresceu o olho pra cima daqueles que preferiam o deputado federal. O apoio de Ronaldo Caiado lhe dá alguma credencial direitista para o pleito, mas o eleitor bolsonarista truezão, aquele que chamava o governador de comunista ao lado de Gayer durante a pandemia, torce o nariz pro empresário. Mabel é Centrão demais para esse cara. Faltam elementos importantes para um bolsonarista raiz se empolgar com Mabel. Ele já foi aliado do PT e de todo mundo, como é típico do Centrão.
Vanderlan Cardoso tentará pescar o eleitor evangélico que estava com Gayer. O senador fará uso de sua legitimidade pessoal perante o segmento para buscar esse voto. Pode colar, mas Vanderlan também não tem aquele verniz direitão que o bolsonarista curte. Como Mabel, é Centrão demais pra esse eleitor. Mesmo com a credencial de evangélico.
Rogério Cruz segue a linha de Vanderlan. Usará a fé pra tentar esse voto órfão. Seu problema é outro. Convencer o goianiense que merece mais quatro anos. Este é seu desafio maior.