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Mercado financeiro piora projeções para inflação e dólar, revela relatório Focus do Banco Central
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Publicado em 25/06/2024

Os cerca de 150 analistas do mercado financeiro consultados semanalmente pelo Banco Central (BC) pioraram as projeções para a inflação e o dólar nos próximos anos no Brasil. É o que revela a última edição do Relatório Focus, divulgada nesta segunda-feira (24/6).

 

A previsão do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, subiu para 3,98% para o final deste ano, ante 3,96% na semana passada. Este foi o sétimo aumento consecutivo da previsão do indicador para 2024. Para 2025, a previsão de inflação foi elevada pela oitava vez consecutiva, passando de 3,80% na semana passada para 3,85% nesta semana. Em relação a 2026, a projeção manteve-se em 3,60% e para 2027, permaneceu em 3,50%.

 

 

Os analistas também elevaram as projeções do dólar para todos os anos analisados no Focus, de 2024 a 2027. Para 2024, a cotação do dólar subiu de R$ 5,13 para R$ 5,15. Para 2025, a previsão passou de R$ 5,10 para R$ 5,15. Em 2026, o valor subiu de R$ 5,12 para R$ 5,15 e, para 2027, de R$ 5,15 para R$ 5,18.

 

Para a taxa Selic, a projeção para 2024 manteve-se em 10,25% ao ano. Isso indica que, para os analistas do mercado, a taxa básica de juros do país não será reduzida pelo Banco Central neste ano, permanecendo no patamar de 10,50%. Para 2025, a Selic foi mantida em 9,50%. As taxas previstas para 2026 e 2027 também não foram alteradas, continuando em 9%.

 

 

No último Relatório Focus, os analistas promoveram um leve aumento da estimativa do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024, de 2,08% para 2,09%, retomando a posição de três semanas atrás. A perspectiva do PIB subiu por cerca de dez semanas consecutivas, passando de 1,85% há pouco mais de um mês para 2,09% agora. Até fevereiro, a previsão permanecia estável em 1,60%.

 

A ascensão da estimativa dos juros básicos reflete o aumento das incertezas na economia, tanto no cenário internacional quanto no doméstico. No exterior, a perspectiva de redução de juros nos Estados Unidos a curto prazo está cada vez mais distante. No cenário interno, as dúvidas aumentaram após a mudança da meta fiscal para 2025 e 2026, anunciada pelo governo Lula no mês passado, e a tragédia no Rio Grande do Sul, que agravou o quadro econômico. Devido a essas incertezas, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC manteve a taxa de juros em 10,5% na última reunião, realizada nos dias 18 e 19 de junho.

 

O Relatório Focus resume as expectativas de mercado coletadas até a sexta-feira anterior à sua divulgação e é publicado às segundas-feiras pelo Banco Central. Ele apresenta a evolução semanal das projeções para índices de preços, atividade econômica, câmbio, taxa Selic, entre outros indicadores. As projeções são do mercado.

 

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