O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comentou nesta terça-feira a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) e destacou a influência da tragédia no Rio Grande do Sul na pressão inflacionária atual. A informação foi divulgada pelo jornal O Globo.
“Eu dei uma passada de olhos agora pela manhã e penso que a ata está muito aderente ao comunicado. Não tem nada de muito diferente do comunicado, o que é bom. E transmite a ideia de que está havendo uma interrupção para avaliar o cenário interno e externo para que o Copom fique à vontade para tomar decisões a partir de novos dados”, disse Haddad ao ser questionado na saída do ministério em Brasília.
Haddad reconheceu a pressão inflacionária causada pelas chuvas no Rio Grande do Sul, mas afirmou que esse fenômeno é de curto prazo e não deve influenciar a política monetária do Banco Central: “Eu acredito que tem uma pequena pressão inflacionária em função do que aconteceu no Rio Grande do Sul, que está afetando. Essa é uma inflação que afeta o curto prazo. O horizonte do Banco Central é de médio e longo prazo. Não faz muito sentido levar em consideração o que está acontecendo em função do Rio Grande do Sul para fins de política monetária. Porque o juro de hoje está afetando 12, 18 meses para frente. Quando a questão do Rio Grande do Sul, todos nós estamos trabalhando para que ela seja superada.”
O ministro enfatizou que, apesar das pressões de curto prazo, a situação está sendo administrada com apoio ao estado do Rio Grande do Sul: “Então, tem essas pressões de curto prazo. Mas estão sendo administradas com apoio ao Rio Grande do Sul.”
Ao comentar a possibilidade de aumento dos juros, Haddad explicou que a diretoria do Copom fala em uma interrupção do ciclo de cortes para avaliar o cenário: “O que está dito ali é que houve uma interrupção. Eventuais ajustes, se for necessário, sempre vão acontecer. O que é importante frisar é que a diretoria fala numa interrupção do ciclo. E me parece que essa é uma diferença importante a ser salientada.”