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Leilão de Arroz Estatal gera mudanças na Conab e mais exonerações no Governo Lula
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Publicado em 26/06/2024

O leilão do arroz estatal promovido pelo governo de Lula continua a gerar repercussões na Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Nesta terça-feira (25), o ministro do Desenvolvimento e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, anunciou a exoneração do diretor-executivo Thiago José dos Santos, responsável pela fracassada compra do grão.

 

Até o momento, o conselho de administração da Conab não anunciou um substituto definitivo para o cargo de diretor-executivo de Operações e Abastecimento, que é crucial para a gestão dos leilões realizados pela companhia, fundamentais para a regulação dos preços e garantia do abastecimento nacional.

 

 

“Isso já está resolvido [a exoneração do diretor]. O governo já resolveu isso. O próprio conselho hoje vai encaminhar“, afirmou o ministro Paulo Teixeira.

 

Thiago dos Santos, especialista em gestão pública e funcionário de carreira da esfera municipal de Mato Grosso, já foi assessor na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural na Câmara dos Deputados, onde atuou na coordenadoria e na Vice-Presidência da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA).

 

O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, foi exonerado no dia 12 de junho. A decisão já havia sido anunciada por Carlos Fávaro, ministro da Agricultura, após indícios de irregularidades no leilão de arroz. Geller, no entanto, negou ter pedido demissão, afirmando que não havia fatos que justificassem suspeitas sobre sua conduta.

 

Carlos Fávaro esclareceu que mencionou a disposição de Geller em deixar o cargo como uma forma de ser “gentil”. Pessoas próximas ao secretário afirmam que ele foi pego de surpresa com a exoneração e solicitou que o motivo de seu afastamento fosse corrigido.

 

Além disso, Milton Fornazieri, ex-coordenador do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e ex-secretário de Abastecimento, Cooperativismo e Soberania Alimentar do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, também deixou seu cargo recentemente. Ele foi substituído por Ana Terra Reis, pesquisadora focada no MST e na reforma agrária no estado de São Paulo.

 

A justificativa para a compra de quase 300 mil toneladas de arroz planejada pelo governo foi baseada em uma nota técnica assinada por Silvio Porto, diretor-executivo da Diretoria de Política Agrícola e Informações (Dipai) da Conab. A nota mencionava dados da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) e do Procon do DF, destacando o aumento nos preços do arroz entre abril e maio. No entanto, não mencionava o impacto das enchentes no Rio Grande do Sul nos estoques de arroz.

 

 

Os dados técnicos recentes que justifiquem o investimento de R$ 1,3 bilhão na compra de arroz não foram apresentados publicamente. A compra, feita por meio de uma Medida Provisória, ocorreu sem dados técnicos atualizados, o que foi criticado por especialistas e ex-presidentes da Conab.

 

 

Edegar Pretto, atual presidente da Conab e ligado ao MST gaúcho, defendeu a intervenção no mercado com o aumento da oferta do grão de arroz. O governo planeja vender o arroz comprado a cerca de R$ 5 o quilo de maneira subsidiada, por R$ 4 o quilo, para garantir o abastecimento e regular os preços.

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