Nesta quinta-feira (27), o Ministério Público Eleitoral (MPE) apresentou à Justiça uma denúncia contra Eurípedes Gomes Junior, ex-presidente dos partidos PROS e Solidariedade, e outras nove pessoas ligadas às legendas. O grupo é suspeito de desviar mais de R$ 36 milhões dos fundos partidário e eleitoral do antigo PROS, que foi incorporado ao Solidariedade em 2023. Desde o dia 15, Eurípedes está detido.
Eurípedes foi o principal alvo da Operação Fundo no Poço. Outras seis pessoas ligadas ao antigo partido ou ao dirigente também foram presas, mas já foram liberadas.
Segundo a denúncia do MP Eleitoral, os envolvidos no esquema “agiram em concurso e com unidade de desígnios, com vontade livre e consciente, associando-se, dolosa e conscientemente, em forma de organização criminosa estável, estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, com o objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem ilícita, sobretudo por meio da prática de crimes que visavam o desvio e a apropriação de recursos dos Fundos Partidário e Eleitoral”.
“O denunciado Eurípedes Gomes Macedo Junior figura como o líder da organização criminosa, formada por seus familiares e pessoas próximas de sua confiança, gerindo o partido PROS como um bem particular ao auferir enriquecimento ilícito pessoal e familiar por meio de desvio de recursos públicos destinados à atividade político-partidária”, diz o MP Eleitoral.
Segundo a Polícia Federal, Eurípedes era o líder do esquema que utilizava candidaturas de fachada e uma fundação do partido para desviar recursos entre 2022 e 2023.
A investigação revelou que o grupo utilizava empresas fictícias para lavagem de dinheiro através da compra de imóveis e do sobrepreço de serviços de consultoria jurídica prestados ao próprio partido.
Os advogados de Eurípedes Júnior afirmaram em comunicado que ele se apresentou voluntariamente à PF e está determinado a provar sua completa inocência perante a Justiça diante dos fatos em apuração.
Antes de se entregar, Eurípedes Júnior decidiu licenciar-se indefinidamente da presidência do Solidariedade. Com isso, o deputado federal Paulinho da Força, que ocupava a vice-presidência, reassumiu o comando do partido.