O presidente da Argentina, Javier Milei, desistiu de participar da Cúpula do Mercosul na próxima segunda-feira (8), em Assunção, no Paraguai. Em vez disso, Milei estará na Conferência de Ação Política Conservadora em Camboriú (SC), que contará com a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Integrantes da Casa Rosada confirmaram a mudança de planos de Milei. Ele embarcará para o Brasil no sábado (6) e retornará para a Argentina no domingo (7). Questionado, o porta-voz da Presidência argentina, Manuel Adorni, confirmou que o chefe de Estado estará no Brasil para “um evento” e não descartou um encontro com Jair Bolsonaro. “Não vamos nos encontrar com Lula e ainda não está confirmado se [Milei] vai ou não se encontrar com Bolsonaro no contexto desse evento”, disse Adorni. Mais cedo, fontes da CNN confirmaram que o encontro com Jair Bolsonaro vai acontecer.
Horas depois, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) confirmou a reunião à analista de Política da CNN, Jussara Soares. “Milei está confirmado. E sim, está confirmado encontro com Bolsonaro”, disse Eduardo à CNN.
Fontes da Casa Rosada afirmam que Milei leva a cabo “uma diplomacia não tradicional” e minimizam o potencial de deterioração da atitude do presidente argentino nas relações entre os países. Apesar da presença de Milei estar confirmada até a semana passada na Cúpula do Mercosul, a Presidência argentina alega que a decisão de não participar do evento se deve a uma agenda sobrecarregada.
Entre os dias 8 e 9 de julho, dia da Independência Argentina, haverá a assinatura de um acordo com governadores do país em Tucumán, no norte da Argentina. Na Cúpula do bloco comercial em Assunção, a Argentina será representada pela chanceler Diana Mondino.
Recentemente, Lula afirmou que Milei deveria pedir desculpas por ter dito “muita bobagem”. Em resposta, o presidente argentino reiterou considerar que o presidente brasileiro é “corrupto”.
Questionado se a decisão de cancelar a ida ao Mercosul teria relação com esses fatos, o porta-voz Manuel Adorni garantiu que não. “O presidente jamais deixaria de ter uma atividade por coisas que disse. Isso não vai acontecer nem agora com o tema Lula, nem em nenhuma outra circunstância”, destacou Adorni, afirmando que Milei não tem problema em participar de eventos com Lula e outros presidentes com os quais tenha diferenças ideológicas.
Adorni descreveu a distância ideológica entre Milei e Lula como “astronômica”, mas afirmou que “nunca” deixariam de ir a um evento por esse motivo.