A defesa do ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do DF, Anderson Torres, apresentou à Polícia Federal um pedido de suspeição contra o delegado Clyton Eustáquio Xavier, presidente da Segunda Comissão de Disciplina da Corregedoria-Geral. O delegado, que conduz dois processos administrativos contra Torres, foi afastado do cargo de Diretor de Operações da Secretaria de Operações Integradas da PF pelo próprio Torres em maio de 2021. A informação foi divulgada pela revista Veja.
Os advogados de Torres argumentam que a exoneração de Clyton compromete sua neutralidade, destacando que ele ocupava um cargo com uma remuneração mensal de quase R$ 14.000,00. “A posição do Sr. Clyton no cargo de DAS 101.5 do Ministério da Justiça ― do qual foi exonerado por Anderson ― lhe garantia uma significativa vantagem patrimonial de quase R$ 14.000,00 mensais”, afirmam os advogados na petição.
A defesa sustenta que o indiciamento de Torres no inquérito dos atos de 8 de janeiro ocorreu apenas 24 horas após seu interrogatório, sugerindo que as conclusões do relatório já estavam pré-definidas. “É forçoso reconhecer que o relatório e suas conclusões já estavam prontos antes mesmo da oitiva do acusado; o interrogatório, aliás, não foi sequer considerado no indiciamento”, alegam os defensores.
Os advogados solicitam a abertura de um processo administrativo contra o delegado Xavier, ressaltando que ele deveria ter se declarado impedido ou informado seus superiores sobre sua exoneração por Torres, a fim de evitar qualquer questionamento sobre sua imparcialidade.
A defesa espera que a Polícia Federal considere esses argumentos para assegurar que Anderson Torres tenha um julgamento justo e imparcial.