Desde o início de agosto, ao menos 10,1 milhões de pessoas foram diretamente afetadas pelos incêndios florestais que se espalham pelo Brasil, segundo a Confederação Nacional dos Municípios (CNM). A estimativa considera apenas aqueles diretamente impactados, como os 987 desabrigados que tiveram de deixar suas casas, conforme dados do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres.
Até esta sexta-feira (13), 531 prefeituras em todo o país decretaram situação de emergência devido às queimadas, um aumento de 2.200% em comparação ao mesmo período do ano passado, quando apenas 23 municípios haviam feito o mesmo. O estado de Mato Grosso lidera com 141 municípios afetados, seguido por Tocantins e São Paulo.
A CNM destacou os impactos financeiros e sociais das queimadas, que geraram prejuízos de R$ 1,1 bilhão, afetando diretamente a agricultura, pecuária e o sistema de saúde municipal. “Os incêndios florestais impactam diretamente o sistema municipal de saúde com sobrecarga de atendimentos, além de prejudicar o abastecimento de água potável e a suspensão de aulas”, afirmou a entidade.
A confederação ainda defendeu a criação de políticas preventivas e a aprovação da PEC 31/2024, que propõe a criação do Conselho Nacional de Mudança Climática e o Fundo Nacional de Mudança Climática, com R$ 30 bilhões destinados à prevenção de desastres.
A seca, ligada aos incêndios, também afeta mais de 1,4 milhão de pessoas em 154 municípios, agravando ainda mais a crise. As perdas causadas pela estiagem já somam R$ 41,4 bilhões em 2024.