O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) adotou um tom fortemente ideológico em seu discurso nesta terça-feira (24/9) na Assembleia-Geral da ONU, abordando temas sensíveis como o Oriente Médio, Cuba e a regulação econômica. Ignorando a crise na Venezuela, Lula concentrou suas críticas em Israel e defendeu a ilha comunista de Cuba, além de atacar a iniciativa privada, defendendo maior regulação da economia global.
Ao mencionar o Oriente Médio, Lula destacou “uma das maiores crises humanitárias da história recente” nos territórios palestinos, referindo-se à situação na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, e alertou sobre a expansão do conflito para o Líbano. Sem citar diretamente Israel, o presidente afirmou que o conflito, que começou com “uma ação terrorista de fanáticos contra civis israelenses”, evoluiu para “uma punição coletiva de todo o povo palestino”. Ele criticou a escalada do conflito, dizendo que “o direito de defesa transformou-se num direito de vingança”.
Lula também defendeu Cuba, criticando a inclusão do país na lista de Estados que supostamente promovem o terrorismo e denunciando as sanções impostas à ilha. Segundo ele, é “injustificável” manter tais restrições, que, em sua visão, penalizam as populações mais vulneráveis. No entanto, o presidente não mencionou o regime autoritário de Cuba ou questões relacionadas aos direitos humanos no país.
Apesar de ter retomado as relações diplomáticas com a Venezuela ao assumir o cargo em 2023, Lula não fez menção à crise política e social no país, que já levou cerca de 125 mil venezuelanos a buscar refúgio no Brasil, nem à recente fraude eleitoral comandada pelo governo de Nicolás Maduro, denunciada pela oposição venezuelana.