Segundo o jornal Estadão, a viagem de Rosângela da Silva, a Janja, primeira-dama do Brasil, ao Catar no início de setembro, custou pelo menos R$ 283,3 mil ao governo. Janja foi a Doha a convite da sheika Mozha bin Nasser al-Missned para participar de um evento sobre educação, organizado pela ONG Education Above All. A comitiva da primeira-dama incluiu quatro assessores e oito agentes da Polícia Federal, responsáveis por sua segurança.
As despesas de segurança somaram R$ 230,5 mil, sendo R$ 186,2 mil destinados à compra de passagens e R$ 42,2 mil em diárias para os agentes. As passagens, adquiridas em cima da hora, chegaram a custar até R$ 31,4 mil cada. Documentos internos da Polícia Federal revelam que a compra foi feita fora do prazo mínimo estabelecido pelo Ministério da Justiça, o que foi justificado pelo convite de última hora, recebido em 6 de setembro. No entanto, um agente da PF havia viajado para Doha já em 3 de setembro para realizar atividades de segurança preparatórias, sugerindo que a viagem foi planejada com antecedência.
Além da equipe de segurança, Janja levou quatro assessores: um fotógrafo, um ajudante de ordens, uma assessora de gabinete e uma assessora de imprensa, com gastos de R$ 52 mil entre passagens e diárias.
A viagem gerou polêmica não apenas pelos custos elevados, mas também pelo fato de Janja ter faltado às comemorações de 7 de setembro em Brasília para participar do evento no Catar, uma monarquia absolutista. Durante o evento, que ocorreu no Centro Nacional de Convenções do Catar no dia 9 de setembro, Janja discursou sobre o impacto das guerras na educação e participou de reuniões bilaterais e de uma visita a uma escola para crianças refugiadas.
A viagem de Janja ocorre em meio a um aumento nos gastos do governo federal com viagens. Em 2023, já foram desembolsados R$ 2,26 bilhões com 810 mil viagens de servidores, um aumento significativo em comparação aos R$ 1,54 bilhão gastos em 2022, último ano da gestão Jair Bolsonaro.