O setor público consolidado, que engloba a União, Estados, municípios e estatais, registrou um déficit nominal de R$ 1,111 trilhão nos 12 meses encerrados em agosto, segundo dados divulgados pelo Banco Central nesta segunda-feira (30). Esse valor, que reflete a diferença entre receitas e despesas, incluindo os gastos com juros da dívida, marca o quinto mês consecutivo em que o déficit nominal supera R$ 1 trilhão. Em relação a julho, houve uma queda de R$ 16,18 bilhões no déficit, uma redução de 1,4%, a primeira desde março.
No acumulado de 2024, o rombo nas contas públicas cresceu R$ 143,9 bilhões, chegando a um aumento de R$ 650,9 bilhões durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Os dados também mostram que os pagamentos de juros da dívida somaram R$ 855 bilhões nos últimos 12 meses, o que representa 76,9% do déficit total. Esse valor apresentou uma queda de R$ 14,8 bilhões em comparação a julho, uma redução de 1,7%.
Excluindo os juros, o déficit primário — que reflete apenas receitas e despesas correntes — foi de R$ 256,3 bilhões nos 12 meses até agosto, uma leve melhora em relação ao déficit de R$ 257,7 bilhões registrado em julho. O saldo negativo no período equivale a 2,26% do Produto Interno Bruto (PIB).
Em agosto, o setor público consolidado apresentou um déficit primário de R$ 21,4 bilhões, impulsionado principalmente pelo governo central, que registrou saldo negativo de R$ 22,3 bilhões no mês. No entanto, os governos regionais (Estados e municípios) registraram um superávit de R$ 435 milhões, e as estatais tiveram um saldo positivo de R$ 469 milhões.