O Ministério Público do Trabalho (MPT) em Santa Catarina emitiu, nesta terça-feira (1º/10), uma recomendação à Prefeitura de Curitiba para que devolva os valores pagos pelos servidores que foram coagidos a contribuir financeiramente para a campanha do vice-prefeito Eduardo Pimentel, candidato à prefeitura da capital paranaense e apoiado por Jair Bolsonaro. A medida surge após a divulgação de um áudio em que o Superintendente de Tecnologia da Informação da Prefeitura, Antônio Carlos Pires Rebello, orienta os servidores a comprarem convites para um jantar de arrecadação de campanha, realizado no dia 3 de setembro.
Os convites foram oferecidos a diferentes valores, variando conforme o nível de gratificação dos servidores: R$ 3.000, R$ 1.500 e R$ 750. Os servidores que participaram do repasse são concursados e possuem gratificações vinculadas a suas funções.
O MPT estipulou que a prefeitura tem até 48 horas para comprovar que o dinheiro será devolvido aos servidores ou seus familiares. Além disso, o órgão solicitou que a administração municipal assegure que nenhum funcionário será alvo de intimidação ou perseguição por questões eleitorais.
Durante a reunião, Rebello afirmou que a contribuição era uma “ajuda para a campanha” e seria “melhor do que fazer caixa 2”, negando qualquer ilegalidade, embora servidores tenham contestado a coação. Quando questionado se a compra dos convites garantiria a manutenção dos cargos e gratificações caso Pimentel fosse eleito, Rebello admitiu que não havia garantias, mas sugeriu que a doação “ajudaria a continuar”.