O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem adotado uma postura mais distante em relação a diversos de seus aliados nas eleições municipais, deixando muitos deles à própria sorte no final do primeiro turno. Até o fim desta semana, Lula realizará apenas um ato de campanha, em São Paulo, ao lado de Guilherme Boulos (PSOL). Para os demais aliados nas capitais, o presidente limitou-se a gravar vídeos curtos e genéricos, com frases de apoio que, em alguns casos, têm sido exploradas como munição pelos adversários.
Em várias cidades, incluindo Belo Horizonte, Belém, Aracaju, João Pessoa e Salvador, candidatos do PT ou de partidos aliados enfrentam dificuldades significativas, em um cenário já desafiador para a legenda, que atualmente não administra nenhuma capital. Conforme reportado pelo O Globo, alguns setores do partido estão começando a buscar alternativas e acordos informais com outros partidos, visando conter a ascensão de candidatos ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
Em Belo Horizonte, o deputado federal Reginaldo Lopes, ex-líder do PT na Câmara, já articula uma coalizão com o PSD, do prefeito Fuad Noman, com vistas a fortalecer o partido para as eleições de 2026. No estado da Paraíba, o presidente do PT local, Jackson Macedo, busca uma aliança com Cícero Lucena (PP), atual prefeito de João Pessoa, que lidera a corrida pela reeleição. O candidato do PT, Luciano Cartaxo, tem apenas 11% das intenções de voto, conforme os últimos levantamentos.
Desde 2020, quando o partido não venceu em nenhuma capital, o PT deposita suas esperanças principalmente em Teresina, com Fábio Novo, e Fortaleza, com Evandro Leitão. No entanto, Lula tem evitado aparecer em campanhas de candidatos com perspectivas difíceis de vitória, em uma aparente tentativa de preservar sua imagem para o segundo turno e para futuras disputas eleitorais.