O governo Lula (PT) vai investir R$ 450 milhões na compra de terras destinadas à reforma agrária, uma demanda antiga do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). A medida faz parte do programa Terra da Gente, lançado em abril, com o objetivo de criar uma “prateleira de terras” para evitar invasões de propriedades privadas.
Segundo o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, pelo menos R$ 200 milhões já foram usados até agora, e o restante deve ser liberado até o final de 2023. O governo havia previsto inicialmente um valor maior, de R$ 520 milhões, para atender 73 mil famílias ao longo do ano, mas o valor foi reduzido. No lançamento do programa, também foi prometido o assentamento de 295 mil famílias até 2026, incluindo 74 mil já assentadas e 221 mil regularizadas ou reconhecidas em lotes de assentamentos já existentes.
Além do orçamento atual, Teixeira informou que o ministério conseguiu encontrar quase R$ 700 milhões de recursos de 2000, do governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que serão somados a R$ 300 milhões em créditos que aguardam aprovação do Congresso.
A iniciativa surge em um momento em que o MST tem criticado a gestão de Lula, destacando a importância de medidas concretas para atender às demandas de reforma agrária sem a necessidade de ocupações de propriedades.