Em meio às discussões para reduzir despesas e tentar alcançar o equilíbrio fiscal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva solicitou ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que inclua mais um ministério no pacote de cortes em estudo pelo governo. A decisão acontece enquanto o governo busca aprovação para uma série de medidas de contenção de gastos.
“O presidente pediu um esforço para incluir um ministério nesse esforço, com uma negociação que deve ser concluída até quarta-feira”, afirmou Haddad em entrevista a jornalistas, sem revelar qual será a pasta adicional. Segundo ele, a decisão final depende da capacidade do ministério em questão de suportar os ajustes exigidos pelo plano de cortes.
Haddad explicou que os documentos com as propostas já foram enviados à Casa Civil, que será responsável por articular o envio ao Congresso. O pacote deve ser apresentado por meio de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) e um projeto de lei complementar, com o apoio dos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Na terça-feira (14), Lula se reunirá com Haddad e outras lideranças para avaliar a proposta. “Quarta-feira a gente recebe, ou não, sinal verde, dessa requisição do presidente”, afirmou Haddad, indicando que a expectativa é de que o texto siga para o Congresso até quinta-feira (16), após aprovação do presidente.
O pacote de contenção inclui cortes profundos em ministérios de grande peso orçamentário, como Saúde, Educação, Previdência, Trabalho e Desenvolvimento Social. As negociações se intensificaram desde o fim de semana, com encontros de Lula com representantes dessas pastas no Palácio da Alvorada, em uma tentativa de alinhar o ajuste fiscal.
Originalmente, o governo esperava anunciar as medidas na última sexta-feira (10), mas a complexidade das negociações e a necessidade de ajuste fino entre as equipes ministeriais adiaram a decisão.