As fraudes na Agência Goiana de Infraestrutura e Transporte (Goinfra), que resultaram na prisão do ex-presidente Lucas Vissotto, ocorreram em contratos de reforma e manutenção de 26 prédios públicos em Goiás. A informação é da Polícia Civil, que investiga o esquema fraudulento. Segundo a corporação, o valor da contratação de uma empresa sediada no Distrito Federal é de quase R$ 28 milhões.
Nesta terça-feira (28/1), a Polícia cumpriu mais de 110 medidas judiciais contra os investigados nas fraudes na Goinfra. Ao todo, foram cumpridos 8 mandados de prisão; 32 mandados de afastamentos de sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático; 26 mandados de bloqueios de bens e valores; 7 mandados de proibição de frequência a determinados lugares; 10 mandados de proibição de contratar com o poder público (de empresas envolvidas) e 24 mandados de busca e apreensão.
Como funcionava o esquema de fraudes na Goinfra
A operação, denominada “Obra Simulada”, foi deflagrada por meio da Delegacia Estadual de Combate à Corrupção (DECCOR), após as autoridades terem acesso a relatórios técnicos e realizarem inspeções nas obras. Durante as investigações, os policiais identificaram que a empresa contratada obteve diversos pagamentos irregulares antecipados, sem que as obras ou serviços fossem suficientemente realizados para justificar os pagamentos, além de fortes indícios de superfaturamento nas intervenções.
O prejuízo inicial estimado causado pelo grupo é de mais de R$ 10 milhões. Esse valor não contabiliza a quantia que deverá ser gasta pelo Estado para reconstruir as estruturas que foram demolidas e não foram reconstruídas pela empresa contratada.
Ainda de acordo com as investigações, a contratação foi contra a legislação e beneficiaria empresas contratadas e os agentes públicos investigados. Além disso, foram identificados fortes indícios de lavagem de dinheiro. Isso porque o fluxo financeiro obtido de forma irregular através dos pagamentos antecipados à empresa contratada era repassado para outras empresas que estão no Distrito Federal. Elas são ligadas a familiares e amigos do “sócio oculto” da empresa contratada. Também foi identificado diversos saques realizados diretamente na “boca do caixa”, logo depois da realização dos pagamentos irregulares.