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Projeto de anistia aos presos do 8 de janeiro avança na Câmara com 192 assinaturas, mas ainda enfrenta resistência de Hugo Motta
Por Silvio Cassiano - SiCa
Publicado em 08/04/2025 13:14
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O projeto de lei que propõe anistia humanitária aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023 está ganhando força na Câmara dos Deputados, com 192 parlamentares já tendo assinado o pedido de urgência. A mobilização é liderada por Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do partido de Jair Bolsonaro na Casa, que tenta acelerar a tramitação da proposta — um gesto político que mira o coração da base conservadora.

 

Para protocolar o requerimento de urgência e forçar a votação direta no plenário, são necessárias 257 assinaturas. Embora ainda faltem 65, o avanço é visto como recado claro à presidência da Câmara. A mensagem é: se Hugo Motta (Republicanos-PB) não quer pautar o projeto por conta própria, a oposição vai tentar empurrá-lo até lá — nem que seja no grito.

 

 

Segundo integrantes do PL, Hugo Motta teria sinalizado, durante sua campanha à presidência da Câmara, que não travaria o andamento do projeto. Mas, eleito com apoio do governo e do centrão, mudou de tom. Agora, diante das pressões públicas e dos recados lançados nos palanques, Motta tenta se equilibrar em cima de uma bomba-relógio institucional.

 

No domingo (6), ele tentou ensaiar neutralidade:

 

“Não contem com este presidente para agravar uma situação. Vamos enfrentar com cautela, com o pé no chão, mas com sensibilidade e responsabilidade.”

 

Na prática, é o tipo de frase que parece muito com nada, mas que revela tudo: Motta não quer se comprometer com a anistia, mas também não quer bater de frente com a direita. O problema é que cada dia de omissão transforma essa cautela em alvo.

 

 

A oposição já percebeu que o apoio público à anistia — inflado por atos como o da Avenida Paulista — pode ser usado como arma política contra o próprio Congresso. Parlamentares do PL falam em obstrução total da pauta da Câmara, ameaça de novas manifestações e até rompimento com aliados que se recusarem a assinar o pedido de urgência.

 

Na prática, o pedido virou uma espécie de teste de fidelidade ideológica: quem assina está com os injustiçados de 8 de janeiro; quem não assina, segundo a retórica do grupo, é cúmplice do STF.

 

 

Se a oposição conseguir as assinaturas restantes e o projeto for ao plenário, o governo terá de lidar com uma votação altamente simbólica. Se for derrotado, será lido como um revés da base governista diante da pauta da direita. Se for aprovado, colocará o Congresso em rota de colisão direta com o STF, especialmente com o ministro Alexandre de Moraes, relator dos processos contra os réus de 8 de janeiro.

 

 

Mas se a pauta for barrada pela mesa diretora, o custo político recairá sobre Motta, que será acusado de trair compromissos e se alinhar ao “sistema” — um rótulo perigoso para quem ainda tenta manter algum diálogo com todos os lados.

 

Hugo Motta pode tentar segurar a b0mba, mas o pino já foi puxado.

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