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CANCELADOS: Após afirmar que “bolsonaristas não são bem-vindos” shows do Ira são cancelados
Por Silvio Cassiano - SiCa
Publicado em 10/04/2025 12:45
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A banda Ira!, conhecida por seu histórico no rock nacional, enfrenta uma onda de cancelamentos e polêmicas após declarações do vocalista Nasi que escancararam um posicionamento político excludente. A turnê “Acústico 20 Anos” perdeu quatro apresentações no Sul do país — Caxias do Sul (RS), Jaraguá do Sul (SC), Blumenau (SC) e Pelotas (RS) — após o cantor afirmar publicamente que “bolsonaristas não são bem-vindos” aos shows da banda.

 

A crise começou em Contagem (MG), no dia 29 de março, quando o vocalista foi vaiado ao gritar “sem anistia” — frase carregada de conotação política, em referência aos atos de 8 de janeiro de 2023. Em vez de recuar ou apaziguar, Nasi dobrou a aposta e disparou contra parte do público:

 

 

“Tem gente que acompanha o Ira!, mas nunca entendeu o Ira! […] Vão embora da nossa vida! Vão embora e não apareçam mais em shows, não comprem nossos discos”, declarou, misturando convicção ideológica com um pedido de exclusão direta aos fãs que discordam politicamente da banda.

 

A fala, tratada por alguns como uma atitude de coragem, foi vista por muitos como intolerância disfarçada de posicionamento. O resultado veio rapidamente: um grande volume de pedidos de reembolso nas cidades afetadas levou os organizadores a suspenderem os shows. A produtora 3LM Entretenimento confirmou os cancelamentos e informou que os valores pagos pelos ingressos serão devolvidos em até 30 dias.

 

O Teatro Michelangelo, um dos locais que receberia a turnê, também se posicionou. Em nota, defendeu “um ambiente de respeito e troca de energia positiva entre artistas e público” — algo que, claramente, não correspondeu ao clima gerado pela retórica do vocalista.

 

 

A reação do público sugere que o limite entre liberdade de expressão e intolerância está, mais do que nunca, em debate. Em tempos de polarização política, a tentativa de transformar um show de rock em um comício ideológico parece ter cobrado um preço alto — não apenas em ingressos, mas em prestígio e confiança com a base de fãs.

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