
O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) respondeu, nesta às críticas do advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, com uma publicação na rede social X (antigo Twitter), em que compartilhou um print de uma entrevista do jurista à Revista Fórum e escreveu: “Kakay, cuidado com seus diálogos cabulosos com os tiranos de ocasião, pode acabar se enrolando”.
A postagem surge após Kakay afirmar que Eduardo cometeu crime ao atuar nos bastidores de Washington em favor de sanções do governo Trump contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Na entrevista à Fórum, Kakay classificou como “inaceitável” que um agente público brasileiro recorra a uma potência estrangeira para atacar instituições do próprio país.
O advogado disse ainda que a omissão da Polícia Federal e do Ministério Público diante da postura do deputado é preocupante. Sem responder diretamente ao parlamentar, Kakay ironizou o suposto “desespero” de Eduardo, associando-o à perspectiva de condenação de seu pai, Jair Bolsonaro, por diversos crimes investigados pela Justiça: “Ele [Eduardo] sabe que o pai pode pegar até 30 anos de prisão. E ele também terá que prestar contas.”
A tensão ocorre em meio à revelação de que o governo Lula articula, nos bastidores, uma reação diplomática ao possível avanço de sanções americanas contra Moraes. O movimento é liderado pelo Itamaraty, com coordenação direta do presidente, após declarações do secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, sobre a “grande possibilidade” de sanções contra o magistrado — acusado por apoiadores de Bolsonaro de perseguir adversários políticos.
Eduardo Bolsonaro, que está nos Estados Unidos, tem mantido interlocução com parlamentares republicanos e setores próximos ao governo Trump. A atuação do deputado é vista com preocupação por integrantes do Executivo e do Judiciário.
