
A deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) afirmou que pretende se apresentar às autoridades italianas para evitar ser considerada foragida internacional, após ser incluída, na quinta-feira (5), na Lista Vermelha da Interpol. A inclusão foi solicitada pela Polícia Federal e determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, após a deputada deixar o Brasil dias depois de ser condenada a mais de 10 anos de prisão.
Zambelli foi sentenciada pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, por unanimidade, a 10 anos e 8 meses de prisão, além da perda do mandato, por envolvimento na invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O processo transitou em julgado na sexta-feira (6), sem possibilidade de novos recursos.
A parlamentar deixou o país pela fronteira com a Argentina, 20 dias após a condenação, passou por Miami, nos Estados Unidos, e chegou a Roma, na Itália, na manhã de quinta-feira. Um dia depois, seu nome foi incluído na base de dados da Interpol, com alerta internacional de captura.
À jornalista Natuza Nery, da GloboNews, Zambelli afirmou que está na Itália e que busca se apresentar às autoridades locais como forma de evitar a interpretação de fuga. Ela argumenta que sua saída do Brasil se deu por motivos pessoais e que tentará demonstrar que não representa risco de evasão. A deputada também alegou estar sendo alvo de “perseguição política”.
“Não quero parecer que estou afrontando as autoridades italianas. Por isso, vou me apresentar”, disse.
Com o nome na lista vermelha da Interpol, Zambelli pode ser detida em quase 200 países, caso seja localizada por autoridades cooperantes. A decisão de Alexandre de Moraes também determinou o bloqueio de suas contas bancárias e cartões de crédito, e a suspensão do salário parlamentar.
Na noite de quinta, a Câmara dos Deputados informou que Zambelli entrou oficialmente de licença por 127 dias, e que seu salário foi bloqueado em cumprimento à ordem judicial. A cassação do mandato agora depende de encaminhamento da Mesa Diretora da Câmara, já que a perda dos direitos políticos é consequência automática do trânsito em julgado de uma condenação criminal.
A PGR (Procuradoria-Geral da República) havia solicitado a prisão preventiva da parlamentar, alegando risco de fuga, e foi atendida por Moraes.
