
O Ministério Público do Paraná denunciou, novamente, o guru religioso Uberto Gama, de 63 anos, por 20 crimes sexuais contra 16 vítimas, incluindo menores de 14 anos na época. Os casos teriam acontecido entre os anos de 2005 e 2024. Segundo o órgão, o guru se aproveitava de sua posição de líder espiritual para manipular as vítimas e cometer os crimes.
De acordo com o MP, o novo documento denuncia Uberto Gama por 12 violações sexuais mediante fraude, três violências psicológicas contra mulher, quatro estupros de vulnerável, e uma tortura, por submeter alguém sob sua autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental.
Em nota, os advogados da defesa de Uberto, Mariel Muraro e Rafael Augusto da Silva, negam as acusações e dizem que a verdade será demonstrada no decorrer do processo. Eles ainda consideraram que “a denúncia é mera peça informativa e não reflete a realidade dos fatos”. Uberto está preso desde abril, quando foi encontrado em Florianópolis.
Manipulação das vítimas
Segundo a promotora Tarcila Santos, o denunciado “incutia nas vítimas a ideia de que ele as escolhia isoladamente, para que emprestasse a elas a energia dele como líder, como ser espiritualizado, elevado, que já não tinha mais apego às questões carnais”.
“Quando elas colocavam a mínima dúvida, ele dizia: ‘Você duvida. Quem duvida não merece elevação. Você não merece o que eu estou fazendo por você. Você não está pronta para esse crescimento espiritual’. E isso as fragilizava ainda mais, porque daí elas começavam a achar que realmente elas tinham que permitir, pois era aquilo que elas precisavam para vida delas”, afirma. Segundo a promotora, o guru também é suspeito de arranjar casamentos entre os participantes do clã que liderava.
As investigações começaram após cinco vítimas procurarem o MP e denunciarem o homem. A princípio ele respondia por violação sexual mediante fraude (quando não há violência física ou grave ameaça, mas fraude como meio de obtenção do ato sexual). Depois que o caso veio a público, outras vítimas denunciaram situações semelhantes.
*Informações do portal G1
