Offline
https://public-rf-upload.minhawebradio.net/113401/slider/9f22fe65968d79b6f45efc1523e4c4aa.png
https://public-rf-upload.minhawebradio.net/113401/slider/80a574611830c0240c40e4d3d91929b3.png
Celso de Mello dá 72h para Bolsonaro entregar vídeo de reunião com ministros
Últimas Notícias
Publicado em 06/05/2020

Em despacho expedido às 22h30 desta terça-feira, o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou um prazo de 72 horas para a apresentação de uma cópia dos “registros audiovisuais” de uma reunião entre o presidente Jair Bolsonaro, ministros e presidentes de bancos públicos no Palácio do Planalto, realizada no último dia 22 de abril. Ele ordenou que o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira, o secretário especial de Comunicação, Fabio Wajngarten, e o assessor-chefe da Assessoria Especial do presidente da República, Célio Faria Júnior, sejam oficiados com urgência.

 

“As autoridades destinatárias de tais ofícios deverão preservar a integridade do conteúdo de referida gravação ambiental (com sinais de áudio e de vídeo), em ordem a impedir que os elementos nela contidos possam ser alterados, modificados ou, até mesmo, suprimidos, eis que mencionada gravação constitui material probatório destinado a instruir, a pedido do Senhor Procurador-Geral da República, procedimento de natureza criminal“, determinou o magistrado, em complementação à decisão proferida por ele mais cedo.

 

A intenção é confirmar a afirmação do ex-ministro Sergio Moro de que Bolsonaro teria cobrado, nesse encontro, a substituição do diretor-geral da PF e do superintendente da corporação no Rio de Janeiro, além de relatórios de inteligência e informação da Polícia Federal.

 

O ministro do STF já havia autorizado que a Polícia Federal interrogue dez pessoas no inquérito que investiga as acusações do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro ao presidente Bolsonaro. Entre os depoimentos a serem prestados, três são de ministros do governo: Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo; Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional; e Braga Netto, da Casa Civil. Moro acusa Bolsonaro de ter tentado interferir indevidamente nas atividades da PF.

 

Também prestarão depoimento a deputada Carla Zambelli (PSL-SP) e seis delegados da PF – entre eles, Maurício Valeixo, ex-diretor-geral da corporação, e Alexandre Ramagem Rodrigues, que foi indicado para o lugar de Valeixo, mas foi vetado por decisão do STF. As oitivas foram pedidas pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, e devem ser realizadas em até 20 dias.

 

Segundo o procurador-geral, as pessoas precisam prestar depoimento sobre “eventual patrocínio, direto ou indireto, de interesses privados do Presidente da República perante o Departamento de Polícia Federal, visando ao provimento de cargos em comissão e a exoneração de seus ocupantes”.

 

Celso de Mello ainda autorizou que seja determinada a apresentação dos “comprovantes de autoria e integridade” das assinaturas no ato que exonerou o ex-diretor-geral da PF Maurício Valeixo. Inicialmente, o decreto foi publicado no Diário Oficial da União com as assinaturas digitais de Bolsonaro e Moro. Em coletiva, horas depois, Moro negou que tivesse assinado o documento, indicando possível fraude na publicação.

Agência O Globo

Agência O Globo

Do Agência O Globo | Em: 06/05/2020 às 15:59:14

Comentários
Comentário enviado com sucesso!