O vereador Oséias Varão (PP), ex-líder da bancada aliada a Iris Rezende (MDB) na Câmara Municipal de Goiânia, diz ter a convicção de que o prefeito não será candidato à reeleição.
“Está muito claro para mim que ele não é candidato. A questão agora é: O que vamos fazer depois do Iris? Quem vai suceder o Iris? Esta é a grande pergunta. Iris fez o melhor mandato possível. Agora é preciso avançar. E a impressão é de que a esmagadora maioria dos nomes colocados são apenas mais do mesmo”, diz Oséias.
Bolsonaro
Principal apoiador do presidente Bolsonaro na Câmara, Varão afirma que a demissão dos ministros da Justiça, Sérgio Moro; e da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, bem como declarações que alvo de críticas no meio político não o demoveram da decisão de apoiar o governo do capitão.
“Bolsonaro tem personalidade própria, um temperamento difícil. Foi esse o homem que elegemos. Eu, no lugar dele, agiria diferente em algumas situações. Mas a questão é comparativa: dependendo do que você compara, o feio fica bonito. Bolsonaro não se alinhou a um sistema que, ao meu ver, escravizou o povo nas últimas décadas. Só isso já é suficiente para eu me alinhar com ele”, afirma Varão.
Saúde
O vereador afirma que o tema Saúde será o mais importante no debate eleitoral em Goiânia neste ano. O Mais Goiás perguntou-lhe que medidas concretas ele adotaria, se fosse prefeito, para melhorar a rede pública de atendimento. A primeira, disse ele, seria aumentar o valor pago pela prefeitura pelo uso de leitos de UTI.
“A Unimed hoje paga algo em torno de R$ 2,5 mil por leito. O SUS paga pouco mais de R$ 1 mil – valor que é dividido entre prefeitura, estado e União. Por que não há mais leitos no SUS? Porque o valor pago é baixo. Enquanto este problema não for resolvido, haverá fila de pacientes por UTI. Dizem que não há dinheiro, mas para construir estádios há”, afirma Varão – que vai concorrer a novo mandato de vereador.
Novo partido
Varão ao lado do deputado federal Adriano do Baldy, na sede do Progressistas. (Foto: Divulgação)
Oséias foi eleito pelo PSC e filiou-se ao PP dentro do prazo permitido para trocas partidárias, que se encerrou no dia 4 de abril. O vereador diz que escolheu o PP por três motivos: 1) amizade com o deputado federal Adriano do Baldy; 2) liberdade que o deram para montar uma chapa com nomes que representam a renovação, oriundos da iniciativa privada; 3) o protagonismo que o partido alcançou nos âmbitos estadual e federal graças ao trabalho de articulação do presidente da legenda, ex-ministro Alexandre Baldy.
“Baldy e Adriano são pessoas que transmitem confiança, são pessoas que cumprem a palavra. Além disso, o PP hoje é protagonista em Goiás e na política federal, algo que se deve principalmente ao ex-ministro. Ele faz acontecer”, afirma.
Contratos temporários
Diferente de vereadores que ficam em cima do muro quando questionados sobre a decisão de Iris de suspender o pagamento do salário de 3,1 mil servidores temporários da prefeitura, Oséias Varão é claro ao dizer que que é contra a suspensão. Na opinião dele, “o momento é delicado e a suspensão do salário colocou muitas famílias em dificuldade”.
Varão afirma que votará a favor do decreto legislativo das vereadoras Sabrina Garcez, Priscila Tejota e Tatiana Lemos que protege e devolve direitos aos servidores. Este decreto legislativo entrou em pauta nessa semana, mas não foi votado por causa de uma manobra de aliados do prefeito.
Alexandre Bittencourt
Do Mais Goiás | Em: 06/05/2020 às 16:29:41