O vereador de Goiânia, Welington Peixoto (DEM), que chegou a pedir a liberação de mais de um culto religioso por semana na capital durante a pandemia do novo coronavírus, diz que é quase certo o endurecimento das regras para igrejas no decreto do Estado que deve ser emitido nesta tarde. Segundo ele apurou [inclusive com o irmão, deputado estadual e líder do governo Bruno Peixoto], haverá esse enrijecimento.
“Eu acho ruim, pois as igrejas têm tomado cuidado. Me preocupa a questão psicológica das pessoas”, afirma o vereador, que lembra que a flexibilização do decreto do dia 20 de abril, valeu para todo tipo de culto religioso. Até este momento, estes podem funcionar com 30% da capacidade, respeitando distanciamento e com uso de máscara. No caso de Goiânia, somente um evento por semana é permitido.
“Temos que pensar na parte social, também”, continua Peixoto. Segundo ele, caso seja, de fato, decretado esse fechamento, não há que fazer, pois a prefeitura de Goiânia irá seguir o Estado. Porém, ele pensa em uma solução paliativa. “Drive in, como nos cinemas, em que a gente fica em um estacionamento, no carro.”
Para Welington, essa é uma solução segura, que pode servir para os cultos religiosos. “Posso até propor essa questão, pois acho que não teria impeditivo. Cada um dentro do seu carro, não haveria risco”, expõe.
Fé
A possibilidade de fechamento das igrejas, mais uma vez, agrada o pastor Elismar Veiga, de Anápolis. “Precisamos ver o teor do decreto, se realmente vai endurecer. Mas entendemos que a igreja tem contribuído no processo de enfrentamento ao coronavírus e tem feito a sua parte, respeitando o distanciamento, com uso de máscara, enfim, seguindo as orientações do último decreto”, relata.
Segundo ele, a igreja dá o suporte emocional. “E o campo da emoção é tão importante quanto os outros, pois influencia na produtividade. Ou seja, a igreja tem papel muito relevante.”
Para Elismar, que espera a manutenção dos atuais critérios, caso o governador opte por endurecer, ele terá se baseado em números que ele desconhece. “Significaria que o Estado está perdendo o controle, o que aparentemente não está.”
O Mais Goiás segue tentando contato com religiosos de outros segmentos. A matéria poderá ser atualizada.
Atualmente
O decreto do dia 20 de abril permitiu a retomada de atividades religiosas com algumas regras, entre elas, o uso obrigatório de máscara durante atendimentos e aconselhamentos, que devem ser, preferencialmente, individuais afim de evitar aglomerações.
Além disso, para os cultos presenciais estava previsto: disponibilizar local e produtos para higienização de mãos e calçados; respeitar o afastamento mínimo de 2 metros entre os membros; vedar acesso de pessoas do grupos de risco na congregação, assim como impedir presença de pessoas com mais de 60 anos.
E ainda: os templos também precisavam suspender a entrada de fiéis quando os presentes representarem 30% da capacidade total de acomodação; realizar medição de temperatura dos fiéis com termômetro infravermelho, sem contato, logo na entrada, ficando vedado o acesso daqueles com quadro febril. Caiado também estabeleceu que as celebrações físicas ocorram no máximo duas vezes por semana, uma delas obrigatoriamente aos domingos.
Francisco Costa
Do Mais Goiás | Em: 13/05/2020 às 16:28:15