Governadores reagiram mal à notícia de que Nelson Teich pediu demissão na manhã desta sexta-feira. A maioria critica a postura do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), a quem acusam de criar um clima insustentável para o trabalho das autoridades sanitárias (até 14h10, o governador Ronaldo Caiado não havia se manifestado).
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou há pouco, em entrevista no Palácio dos Bandeirantes, que Bolsonaro coloca o País em um “caldeirão interminável de intriga”.
“Presidente pensa que governar o Brasil é administrar sua família. Não é. É ter sensibilidade para governar para todos. Os que o elegeram e os que não. Retaliar os governadores é um gesto deplorável. Espero que o presidente cumpra a sua promessa de menos Brasília e mais Brasil e cumpra a promessa de respeitar o pacto federativo. Presidente, lembre-se que até o momento 14 mil brasileiros perderam suas vidas. Não estamos numa brincadeira, num campeonato de jet ski, de tiro ao alvo, não estamos fazendo churrasco no jardim do Palácio da Alvorada. Estamos enfrentando uma grave crise de saúde”, disse Doria.
Witzel
O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), também se manifestou, dizendo que a interferência do presidente atrapalha o combate ao coronavírus.
“Minha solidariedade ao ministro Teich. Presidente Bolsonaro, ninguém vai conseguir fazer um trabalho sério com sua interferência nos ministérios e na Polícia Federal. É por isso que governadores e prefeitos precisam conduzir a crise da pandemia e não o senhor, presidente”.
Flávio Dino
O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), disse que “a confusão que Bolsonaro cria é única no planeta”. “Espero que as instituições julguem o quanto antes a produção de tantos desastres, entre os quais a demissão de dois ministros da Saúde em meio a uma gigantesca crise sanitária. O Brasil merece uma gestão séria e competente”
Da Redação
Do Mais Goiás | Em: 15/05/2020 às 14:30:09