Goiás e outros quatro estados são alvos da Operação Fundo Fake, deflagrada pela Polícia Federal (PF) na manhã desta quarta-feira (15). O objetivo é o cumprimento por parte de 200 policiais federais de 71 mandados de busca e apreensão com o objetivo de combater fraudes em 61 fundos de previdências municipais. Os mandados foram expedidos pela 3ª Vara da Justiça Federal em Porto Velho (RO).
De acordo com a PF, foram cumpridos cinco mandados em Goiás, mas as localidades não foram informados pela corporação. Além disso, 26 foram cumpridos no Rio de Janeiro (sendo 16 endereços diferentes), outros 26 em São Paulo (em nove lugares diferentes), nove mandados em dois endereços distintos em Minas Gerais e quatro em Rondônia, no instituto que deu origem a investigação, o Rolim Prev.
A apuração pontuou indícios de uma organização criminosa que atuava para lesar os cofres dos Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS) municipais. O grupo teria dado prejuízo de cerca de R$ 500 milhões. Desse valor, R$ 17,4 milhões teria sido da Rolim Prev. Ainda segundo a corporação, a empresa teria contratado uma empresa de consultoria financeira indicar as melhores aplicações. Logo após os investimentos, boa parte dos valores eram repassados para a consultoria e os respectivos sócios.
Os chamados “rebates” perfaziam percentuais de mais de 20% do valor investido em alguns casos. Logo depois, a consultoria repassava partes desses valores para gestores do Rolim Prev. A PF pontua que o modus operandi era a criação de diversos fundos de investimentos que aportavam valores entre si, como um efeito cascata. Dessa forma, as administradores e gestoras desses fundos conseguiam multiplicar seus ganhos com taxa de administração, gestão e performance – essa quase sempre fraudada – criando uma espécie de dinheiro virtual e aumentando muito o risco dos investimentos, todos atrelados.
As investigações destacam que, além do Rolim Preve, outros 65 institutos de previdência de todo o Brasil investiram em fundos administrados por uma das empresas que foram investigadas na operação. O valor de R$ 500 milhões foi bloqueado pela Justiça Federal. A mesma decidiu sobre o afastamento de um dos gestores da Rolim Prev, que já havia sido investigada anteriormente pela PF e indiciada pelo mesmo crime (gestão fraudulenta).
Os investigados serão ouvidos nas sedes da Polícia Federal e responderão, na medida da participação, por crimes contra o sistema financeiro nacional, corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Joao Paulo Alexandre
Do Mais Goiás | Em: 15/07/2020 às 17:57:49