O homem que matou a namorada depois de entregar-lhe flores foi condenado pelo Tribunal do Júri, de Caldas Novas, em sessão realizada na quinta-feira (1º). Langston Kessler de Oliveria terá de cumprir 22 anos de prisão, em regime fechado pelo homicídio duplamente qualificado e feminicídio de Winária Oliveira Lima, então com 30 anos. O crime ocorreu em novembro de 2019.
Na sessão, o Ministério Público requereu a condenação do acusado sob o argumento de que o homem atacou a vítima de surpresa, o que dificultou a defesa dela. Já o advogado de Langston sustentou que havia fragilidade das provas, além da existência de contradições. Contudo, o conselho de sentença, por maioria de votos, decidiu pela condenação de Langston ao argumento de que o réu dificultou a defesa da vítima e do feminicídio.
O júri reconheceu a periculosidade do acusado e sua “insensibilidade em relação a vida humana”. Além disso, considerou o réu uma pessoa “extremamente desconfiada, ciumenta e possessiva”, com possibilidade de praticar outros crimes contra mulheres com que vá se relacionar.
Para a juíz, Vaneska da Silva Baruki, da 1ª Vara Criminal , que presidiu o júri, a conduta do acusado se revestiu de especial gravidade, já que ele teve tempo suficiente para se preparar e, por outro lado, refletir e desistir do crime, porém não o fez.
“O caso em julgamento teve bastante repercussão na cidade, em especial pela forma em que foi cometido, tendo o acusado entregado flores para a vítima e, instantes depois, efetuado diversos disparos contra ela, à queima-roupa”, enfatizou.
Relembre o caso
De acordo com testemunhas, em novembro de 2019, a vítima desembarcou com a irmã de um ônibus na GO-139. Em seguida, as duas foram para uma lanchonete. Langston já estava no local e a recebeu com abraços e flores. A irmã da vítima foi embora.
Ao saírem do estabelecimento, o suspeito teria sacado a arma e efetuado quatro disparos contra o rosto da vítima. Um deles à queima roupa. Langston fugiu de bicicleta do local do crime, mas foi localizado na casa dos tios, momento depois, por uma equipe do Grupo de Patrulhamento Tático (GPT) e acabou sendo preso.
Eduardo Pinheiro
Do Mais Goiás