A bebê Elisa Castro, diagnosticada com Síndrome de Hipoplasia do Ventrículo Esquerdo (SHVE), conhecida como síndrome do “meio coração”, teve alta após realizar a segunda cirurgia em São Paulo, na terça (20). A menina, agora, está em casa, na cidade de Senador Canedo.
Elisa passou cinco meses no hospital. A primeira cirurgia foi feita em 11 de fevereiro, três dias após o nascimento, no Hospital da Beneficência Portuguesa em São Paulo.
Durante a chegada da menina, no aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia, a família gravou um vídeo. Nas imagens, os familiares estão muito emocionados.
Ao Mais Goiás, a mãe de Elisa, Gabriela Castro disse que a filha de cinco meses é muito risonha e alegre, interagindo com todos. “Não estranhou nada, dormiu durante toda a viagem e só chora quando está com fome”, se alegrou.
Cirurgia
Segundo Gabriela, a cirurgia foi um sucesso. Durou de 8h às 12h40, menos que o previsto. “Inclusive, não tem nenhuma orientação especial. Apenas não deitar com o peitinho para baixo e evitar alimentos com gordura pelos próximos 60 dias”, elucidou.
Questionada se haverá alguma restrição no dia a dia, ela afirma que a filha se desenvolverá, normal, sem limitações. Os médicos, ela explicou, disseram apenas que a menina não poderá ser “atleta profissional”, mas poderá brincar normalmente. “Dá para fazer exercício, esporte e se cansar, é só parar. Vai viver normal”, comemora.
Ressalta-se, Elisa ainda passará por uma terceira cirurgia. De acordo com Gabriela, esta deve ocorrer quando a filha tiver três anos, aproximadamente. “Mas não tem mais riscos. Vamos fazer acompanhamento com cardiologistas de Goiás e de São Paulo. Em São Paulo, devemos ir de três em três meses, e depois de seis em seis”, explica.
A chegada no aeroporto (Foto: Arquivo Pessoal)
Entenda
Advogado da família, Nilson Gomes Geraes Filho revela que a mãe descobriu em janeiro que a filha possui a grave cardiopatia congênita. Após ser orientada por especialistas goianos, ela solicitou que o plano de saúde Instituto de Assistência Médica de Senador Canedo (Iamesc) custeasse o tratamento da bebê. Alguns dias depois, o pedido foi negado.
Diante da negativa, a mulher levou o caso à Justiça. Em primeira liminar proferida pela Comarca de Senador Canedo, o pedido foi deferido e o plano de saúde foi obrigado a custear o tratamento em São Paulo.
O Iamesc, porém, entrou com recurso e a desembargadora Elisabeth Maria da Silva suspendeu os efeitos da liminar e tirou a obrigação do custeio da cirurgia.
O defensor explica que também protocolou recurso, mas foi negado pela desembargadora. O advogado, então, levou o caso à Câmara dos Desembargadores, e em nova decisão, a Justiça determinou que o plano pagasse apenas R$ 100 mil de um tratamento com valor total de cerca de R$ 1 milhão.
Após o deferimento parcial, o defensor entrou com mandado de segurança contra a decisão. No último dia 5, o presidente do Tribunal de Justiça, Itamar de Lima, deferiu o pedido e determinou que o plano de saúde pague todo o valor do tratamento.
Por fim, após as quatro decisões judiciais, o parto de Elisa Castro foi realizado no último dia 8, no Hospital da Beneficência Portuguesa em São Paulo.
Francisco Costa
Do Mais Goiás