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‘Não temos como nos precaver de tudo’, diz Bolsonaro em Petrópolis
Economia
Publicado em 18/02/2022

O presidente Jair Bolsonaro afirmou não ser possível prevenir todas as tragédias como a que ocorreu em Petrópolis, onde ao menos 120 pessoas morreram e 116 estão desaparecidas em razão das fortes chuvas no início da semana.

 

Em visita à cidade da região Serrana do Rio de Janeiro, o presidente disse que o orçamento prevê investimento para evitar as ocorrências. Contudo, declarou haver uma limitação de recursos.

 

“Medidas preventivas estão previstas no orçamento. Ele é limitado. Muitas vezes não temos como nos precaver de tudo que possa acontecer nesses 8,5 milhões de quilômetros quadrados [área territorial do Brasil]”, afirmou ele à imprensa.

 

A edição desta sexta-feira do jornal Folha de S. Paulo mostrou que a gestão do governador Cláudio Castro (PL) executou apenas metade do previsto no orçamento do ano passado em prevenção de catástrofes.

 

“A população tem razão de criticar, mas aqui é uma região bastante acidentada. Infelizmente houve outras tragédias aqui. Pedimos a Deus que não ocorram mais e vamos fazer a nossa parte”, afirmou ele.

 

Ministro Rogério Marinho acompanhou Bolsonaro

O ministro Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) também destacou o grande volume de chuvas que caiu na cidade, o maior em 90 anos segundo a Defesa Civil.

 

Ele afirmou ainda que “nenhum meteorologista previu” o aumento das chuvas no verão, informação básica do regime de precipitações no país, intensificada pela crise do clima.

 

“Até agosto, a pauta era a falta de chuvas e a crise hídrica. Nenhum meteorologista no Brasil previu o que aconteceria no final do ano. Pelo contrário, falavam em falta de água e energia”, afirmou o ministro.

 

Marinho afirmou que serão liberados R$ 1 bilhão de recursos emergenciais para Petrópolis e outras 50 cidades do país em situação de emergência ou calamidade pública em razão das chuvas, o que ele chamou de “catástrofes climáticas”.

 

Castro defendeu o trabalho de resgate de vítimas na cidade. Muitas famílias têm se queixado da falta de bombeiros para o auxílio na localização de corpos. Há muitos casos de moradores trabalhando sozinhos cavando a lama em busca de amigos e parentes.

 

“Não adianta ter gente demais aqui. Há um problema sério de trânsito. O local ainda está instável. Não adianta botar 2, 3, 4.000 pessoas ali”, afirmou o governador.

 

“Quem manda é a técnica. Temos número suficiente de acordo com o que a técnica manda. Não adianta encher de gente, porque vai criar mais confusão e dificilmente vamos conseguir ajudar a população.”

 

O ministro Braga Netto (Defesa) afirmou que há engenheiros e outros militares prontos para mobilização, aguardando a estabilização do terreno.

 

“O terreno é de difícil estabilidade. Precisa-se de estudo geológico muito pesado para não corrermos mais risco. Temos mais gente em condição de vir para cá, mas temos que controlar a vinda desse pessoal”, declarou o ministro.

 

De acordo com o Corpo de Bombeiros, chegarão de outros estados 41 cães farejadores para auxiliar nas buscas. Atualmente são 16 animais, que precisam de 12 horas de descanso.

FolhaPress

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