O hacker suspeito de chantagear o padre Robson fugiu da Delegacia de Investigações Criminais (Deic), em Goiânia, pela porta da frente e em uma Mercedes-Benz. A fuga ocorreu em 2016, depois de Welton Ferreira Nunes Júnior pagar cerca de R$ 100 mil a policiais do local onde ficou apenas um mês preso por suspeita de liderar uma quadrilha de roubo de cargas de gado. Três policiais foram indiciados. As informações são do Metrópoles.
De acordo com o site, uma investigação da Corregedoria da Polícia Civil apontou que o suspeito, conhecido como ‘Rei do Gado’, pagava mais de R$ 10 mil para ter regalias. Inicialmente, ele pagou R$ 2 mil para servidores com o objetivo de não ser transferido da Deic para o Complexo Prisional de Aparecida, já que temia ser morto no local.
Segundo a publicação, Welton levava uma vida de luxo dentro da delegacia, em comparação com a realidade de outros detentos. Conforme depoimentos colhidos durante a apuração, o preso passava os finais de semana na casa em que morava em um condomínio de luxo em Goiânia. Ele chegou a almoçar em uma churrascaria e também bancava uísque e vinho para os servidores.
No dia da fuga, em 30 de junho de 2016, o suspeito teria chamado a mãe Leidina Alves de Bessa utilizando um aparelho celular, também fruto de suborno. A genitora chegou na delegacia em uma Mercedes-Benz preta e retirou o filho, que já esperava do lado de fora. Os dois seguiram para a saída de Nerópolis (GO), onde a mulher desceu do veículo e o hacker seguiu viagem.
Welton fugiu para o Pará, onde ficou por quatro meses, e seguiu para o Rio de Janeiro, onde foi preso em 2017 ao se tornar suspeito de chantagear e extorquir o padre Robson. Em 2019, ele foi condenado por extorsão e fez uma delação premiada quando estava em um presídio federal. Atualmente, o homem está recluso em uma penitenciária estadual.
Hacker que chantageou padre Robson e fugiu de delegacia pela porta da frente foi indiciado por corrupção ativa
Ainda de acordo com o Metrópoles, Welton e a mãe foram indiciados por corrupção ativa. Três policiais foram indiciados por receber vantagem econômica para conceder regalias ao preso e outros dois foram indiciados por falso testemunho.
Ao Mais Goiás, a Polícia Civil disse apenas que o caso foi investigado pela Corregedoria da corporação, mas que detalhes não serão repassados à imprensa para não atrapalhar o andamento da persecução penal.