Uma operação da Polícia Civil cumpre 41 mandados de prisão preventiva contra suspeitos de praticarem golpes e fraudes nos estados de Goiás, Minas Gerais, Pará, Roraima e São Paulo. As investigações, que duram sete meses, indicam que o grupo criminoso causou prejuízo superior a R$ 3 milhões. Crimes teriam sido praticados por meio da internet.
Na manhã desta terça-feira (5), a ação interestadual também cumpre 56 mandados de buscas domiciliares, bem como o bloqueio de contas e sequestro de bens dos investigados. Parte do montante a ser confiscado está em contas de criptoativos vinculadas aos CPFs dos suspeitos.
A polícia ainda busca a identificação de eventuais comparsas, bem como de novas vítimas e patrimônio ocultado no branqueamento de capital.
Todos os suspeitos presos permanecerão nos estados de origem. Ao todo, serão 10 indiciados, entre crimes consumados e tentados, pela prática do crime de estelionato eletrônico, falsidade ideológica, falsa identidade, integrar organização criminosa, além do ilícito de lavagem de dinheiro.
Quadrilha de estelionatários atua predominantemente em Goiás, aponta investigação
A apuração dos casos teve início em meados de setembro de 2021, em São Paulo. Um dos casos que chamaram a atenção dos policiais ocorreu em 11 de agosto do ano passado, quando uma vítima de Presidente Prudente (SP) denunciou que havia sofrido um prejuízo de R$ 34.391 por meio de golpes pelo WhatsApp.
Em pouco tempo, a polícia constatou que, na verdade, não se tratava de caso isolado e que outras dezenas de vítimas estavam sendo enganadas pela mesma fraude eletrônica, não apenas na cidade de Presidente Prudente, como também em municípios da região.
No entanto, após sete meses de trabalho, os investigadores puderam concluir que a possível organização criminosa tem atuação predominantemente no estado de Goiás.
Fotos e informações para golpes eram coletados nas redes sociais
Para praticar os golpes, o grupo pegava fotos nas redes sociais de algumas pessoas. Depois, cruzava informações até conseguir entrar em contato com seus familiares e amigos próximos. Os suspeitos também trocavam os prefixos telefônicos, em chip cadastrado com a foto do conhecido e, logo após isso, entravam em contato com as vítimas e pediam valores sob alegação de problema em aplicativo bancário.
A polícia chama atenção para o fato de que tudo era pesquisado em redes sociais, desde as fotos dos conhecidos até as informações para conseguirem enganar as vítimas. Parte dos contatados fazia o pagamento e, apenas depois do encontro com os entes reais, descobria o crime.