A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) adiou, por tempo indeterminado, o depoimento do jornalista da Rede Globo Gabriel Luiz, 28 anos, que foi esfaqueado perto de casa na noite do dia 14 de abril. Gabriel seria ouvido nesta sexta-feira (22). “Como agora foram colocados antibióticos mais fortes, a decisão foi a de adiar a oitiva, sem prejuízo processual, para preservar a energia de Gabriel”, diz a nota enviada pela família do comunicador.
O jornalista recebeu alta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em que estava internado, no Hospital Brasília, na tarde de terça (19). A informação foi confirmada pelo pai de Gabriel, o servidor público aposentado Wilton Luiz, 56 anos. Desde então, o paciente está em um quarto do mesmo hospital. “Ele está com o quadro ainda melhor, andando com mais liberdade e ficando menos tempo deitado”, diz Wilton.
A dieta de Gabriel também evoluiu de líquida para pastosa, com objetivo de ocorrer sem ajuda de aparelhos. “Agora, inclui comida mais sólida, como frango desfiado, arroz bem cozido e purês”, diz o comunicado da família.
As visitas ao jornalista devem seguir restritas a parentes. “Só tenho a que agradecer a todos, desde o porteiro, pessoal do prédio, bombeiros e hospital de Base e Brasília”, afirma o pai.
Violência contra jornalista
O jornalista, que é editor de um dos noticiários da Globo do Distrito Federal, foi atacado por dois rapazes na noite do dia 14 de abril. Os criminosos deram pelo menos dez golpes de faca na vítima, que atingiram-no no pescoço e no abdômen.
Os socorristas chegaram rápido ao local, o que garantiu a sobrevivência de Gabriel. A primeira pessoa a ajudá-lo foi o porteiro do prédio onde mora, além de vizinhos. Quando o resgate chegou, o jornalista estava consciente e as pessoas ao redor faziam torniquetes, para conter o sangramento.
Dois suspeitos foram detidos menos de 24 horas depois. A polícia apreendeu o primeiro deles, um adolescente de 17 anos, por volta das 17h30 de sexta-feira (15). Ele foi levado para a Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA) 1, na Asa Norte. O mais velho, de 19 anos, acabou preso logo em seguida, por volta das 19h30; ele chegou à 3ª Delegacia de Polícia (Cruzeiro Velho) cercado por policiais para prestar depoimento.
Em entrevista coletiva, o delegado-adjunto da 3ª DP, Douglas Fernandes, afirmou que o caso é investigado como tentativa de latrocínio. Ele acrescentou que os criminosos usaram um medicamento controlado para tratar distúrbios do sono e que decidiram “sair para roubar” após consumir o fármaco.