Oito militares equatorianos e um boliviano estão entre os policiais de diferentes forças de segurança do Brasil, que, desde o mês passado, participam do 17º Curso de Operações de Choque (COC), da Polícia Militar, em Goiânia. O treinamento tem como propósito preparar os profissionais para atuações em ocorrências consideradas complexas e de alto risco, que vão desde o controle de manifestações em ruas até a intervenção em presídios.
O treinamento tem duração prevista de nove semanas ininterruptas. De acordo com o comandante do Batalhão de Choque, tenente coronel Alexandre Saliba, chamou a atenção nesta edição o interesse e participação dos nove estrangeiros; integrantes do Exército Brasileiro; policiais penais; policiais rodoviários federais, além de militares de Santa Catarina e do Acre.
Em dois meses, os participantes recebem instruções teóricas e práticas sobre como proceder em situações de controle de distúrbios civis, intervenções em presídios, reintegrações de posse, policiamento em praças desportivas, patrulhamento tático e outras atividades.
Dos 55 policiais que iniciaram o curso, 14 não conseguiram concluir algumas etapas já no primeiro mês e foram desligados. Além de preparar policiais que servirão como monitores em seus respectivos estados e corporações, o COC também tem o propósito de aumentar o número de militares do Batalhão de Choque, que hoje conta com 120 integrantes. A formatura está prevista para acontecer no próximo dia 18 de maio.
Polícias do Brasil tem doutrina diferente para atuar em manifestações de rua
Durante o COC, militares do Equador e da Bolívia relataram que controlam manifestações de rua em suas respectivas cidades no chamado corpo a corpo, diferente do procedimento adotado pelas polícias do Brasil.
“Em alguns países, que seguem a doutrina oriental de Choque, o policial fica cara a cara com manifestantes, e, em muitas ocasiões, parte para a luta corporal, o que, na maioria das vezes, termina com ferimentos, tanto no agente de segurança, quanto na população. No Brasil, nós seguimos a doutrina alemã, onde mantemos uma distância de segurança e usamos armas e outros equipamentos não letais, com menor potencial ofensivo, que conseguem dispersar a multidão, sem provocar grandes danos ou ferimentos graves”, descreveu o comandante do Batalhão de Choque, Alexandre Saliba.