O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta terça-feira esperar que o ex-juiz Sergio Moro tenha o direito de defesa que ele não teve em referência ao caso em que se tornou réu pela Justiça a pedido de deputados do PT.
“Só espero que ele tenha o direito de defesa e a presunção de inocência que eu não tive com ele”, disse o petista sobre as ações em que foi condenado e preso pela Operação Lava Jato.
Lula disse ainda esperar que Moro possa ter um tratamento honesto por parte da imprensa, e não com a cobertura parcial que disse ter tido quando investigado e condenado nos casos do tríplex de Guarujá e do sítio de Atibaia.
“O que eu quero que aconteça com o Moro e com qualquer outra pessoa neste país é que eles tenham um julgamento decente, digno e respeitoso. Que eles tenham direito a presunção da inocência e que possam provar as coisas que fizeram e que não fizeram”, seguiu o ex-presidente.
“Eu, pessoalmente, acho que o Moro cometeu um crime contra esse país. Os prejuízos que esse país teve com o Carnaval que o Moro protocolou nesse país é muito grande”, disse Lula.
Moro virou réu em uma ação popular em que deputados federais do PT pedem que ele seja condenado a ressarcir os cofres públicos por alegados prejuízos causados à Petrobras e à economia brasileira por sua atuação à frente da Operação Lava Jato.
A ação judicial foi apresentada no dia 27 e enviada à 2ª Vara Federal Cível de Brasília. Os petistas não estipularam o valor da indenização a ser pago em caso de condenação.
Na segunda (23), o juiz Charles Renaud Frazão de Morais recebeu a inicial, o que significa que dará curso à ação. E determinou: “Cite-se o réu”.
Na ação, assinada pelo advogado Marco Aurélio de Carvalho, que coordena o grupo Prerrogativas, os parlamentares afirmam que “o ex-juiz Sergio Moro manipulou a maior empresa brasileira, a Petrobras, como mero instrumento útil ao acobertamento dos seus interesses pessoais”.
“O distúrbio na Petrobras afetou toda a cadeia produtiva e mercantil brasileira, principalmente o setor de óleo e gás.”
A iniciativa da ação é dos deputados petistas Rui Falcão (SP), Erika Kokay (DF), Natália Bonavides (RN), José Guimarães (CE) e Paulo Pimenta (RS).
Nesta terça, Moro disse que a ação do PT em que virou réu é “risível” e que a decisão judicial não envolve juízo de valor.
“A ação popular proposta por membros do PT contra mim é risível. Assim que citado, me defenderei. A decisão do juiz de citar-me não envolve qualquer juízo de valor sobre a ação.”
“Todo mundo sabe que o que prejudica a economia é a corrupção e não o combate a ela. A inversão de valores é completa: Em 2022, o PT quer, como disse Geraldo Alckmin, não só voltar a cena do crime, mas também culpar aqueles que se opuseram aos esquemas de corrupção da era petista.”