A Polícia Civil de Goiás instaurou nesta quinta-feira (1º), um inquérito para investigar o deputado estadual Amauri Ribeiro (União Brasil). Ele é acusado de ter cometido suposto crime de racismo por homofobia. A ação policial acontece após entidades LGBTQ+ representarem contra o parlamentar em razão de uma imagem publicada em 4 de abril deste ano, nos stories do Instagram.
Na imagem em questão, é possível ver um braço negro com um desenho de arco-íris – que simboliza a comunidade LGBTQ+ -, e uma outra mão, essa branca, segurando a primeira, com os dizeres: “Na minha família não!”.
O Mais Goiás solicitou posicionamento do parlamentar via assessoria de imprensa, mas não houve retorno. O espaço segue aberto para manifestação.
Investigado como cidadão comum
De acordo com o delegado Joaquim Adorno, do Grupo Especializado no Atendimento às Vítimas de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Geacri), o inquérito policial foi aberto nesta quinta-feira (1º), depois que entidades e associações ligadas à comunidade gay procuraram a Polícia Civil e denunciaram o deputado.
Acionado, o Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) autorizou o inquérito policial ao seguir parecer do Ministério Público de Goiás. O órgão apontou que o suposto crime de homofobia não tem ligação com o cargo de Amauri Ribeiro na Assembleia Legislativa de Goiás.
“O deputado estadual Amauri Ribeiro, teria feito publicação em sua rede social Instagram com conteúdo supostamente racista, ofendendo a comunidade LGBTQIA+. Destarte, não se verifica correlação entre a conduta atribuída ao referido autor dos fatos e o efetivo exercício de suas funções como parlamentar, o que justificaria a manutenção dos autos neste Tribunal”, defendeu o desembargador Amaral Wilson de Oliveira.
O caso foi enviado de volta para a PC, que investiga o deputado como cidadão comum. O delegado Joaquim Adorno afirmou que o judiciário determinou a conclusão do inquérito no prazo de 60 dias.
Neste prazo, o delegado pretende ouvir os denunciantes e depois o deputado Amauri Ribeiro. “Estamos no começo das investigações, mas todas as diligências serão realizadas”, informou Joaquim Adorno. A pena para esse tipo de crime é de 2 a 5 anos de reclusão.