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Goiás tem 36 casos graves de dengue em gestantes no ano; infectologista alerta
Saúde
Publicado em 02/04/2024

A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) já registrou 36 casos graves de dengue em mulheres grávidas em 2024. De acordo com a pasta, ao todo, já foram registrados 1.318 casos prováveis da doença nesse grupo específico.

 

Em 2024, segundo a SES, ainda não há óbitos confirmados e que apenas um caso está sendo investigado pelo Comitê Estadual de Investigação de Óbito Suspeito por Arboviroses. Antes da investigação, a pasta ressalta que os óbitos são registrados como suspeitos.

 

Os casos acendem alerta após a morte da jovem Sofia Amorim, de 22 anos, na última quarta-feira (27), com suspeita de dengue em um hospital de Goiânia. Sofia estava grávida de sete meses, e infelizmente o bebê também morreu.

 

 

Uma amiga da jovem disse que os médicos realizaram uma cesariana de emergência na esperança de salvar o bebê, mas sem sucesso. Ela disse que o neném já havia falecido na barriga da mãe durante a madrugada anterior, mas não foi possível fazer o parto de imediato, porque as plaquetas estavam muito baixas e Sofia poderia perder muito sangue.

 

Antes do diagnóstico de dengue, de acordo com a amiga, Sofia sentia muita falta de ar, mas todos acharam que poderia ser ansiedade.

 

Cuidados durante a gravidez

Ao Mais Goiás, a médica infectologista Vivian Furtado ressalta os cuidados que uma gestante deve ter para não contrair dengue. Segundo a especialista, o risco de dengue grave é maior devido às modificações no sistema imunológico e na quantidade de líquido no corpo da gestante.

 

 

Além disso, a médica destaca que, no primeiro trimestre, pode aumentar a chance de perda fetal. Depois, podem ocorrer sangramentos e hipotensão. “Independente da fase da gestação, a dengue é sempre potencialmente grave, e o que muda são as complicações”, explica.

 

Vivian destaca que a vacina é contraindicada para gestantes. “É uma vacina de vírus vivo atenuado, então não pode ser administrada nem para gestantes nem para pacientes gravemente imunossuprimidos”, ressalta.

 

Sintomas

Toda mulher grávida, independentemente de qualquer sintoma, deve realizar o pré-natal para garantir uma gestação saudável. Além disso, algumas precauções podem ajudar a evitar a exposição ao mosquito, como a utilização de telas em janelas e portas, o uso de roupas compridas e a aplicação de repelente, que não apresenta contraindicação para gestantes.

 

 

De acordo com a infectologista, os sintomas da dengue são os mesmos: febre, dor no corpo, mal-estar, dor de cabeça, dor atrás dos olhos e, em alguns casos, pode haver sangramento de gengiva e mucosa nasal, além de hipotensão, manchas avermelhadas na pele, coceira, diarreia, náuseas e vômitos.

 

“Os sintomas podem se agravar após a febre diminuir. A pessoa pode se sentir melhor, mas as complicações ocorrem nessa fase, quando podem surgir reações imunológicas que levam ao choque hipovolêmico (pressão muito baixa, comprometendo a circulação para órgãos nobres como coração, pulmão, cérebro e rins)”, explica a especialista.

 

Segundo a médica, a gestante com febre deve sempre procurar atendimento médico para avaliação clínica e exames. Vivian reforça que o uso de medicamentos como AAS e anti-inflamatórios é contraindicado nas arboviroses.

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