O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que não se sentirá obrigado a cumprir a meta fiscal se considerar que existem prioridades mais urgentes para o país. Em entrevista à TV Record, Lula criticou setores do mercado financeiro e argumentou que um pequeno déficit fiscal não trará danos significativos à economia brasileira.
“Eu preciso estar convencido se há necessidade ou não de cortar. Você sabe que eu tenho divergência histórica e de conceito com o pessoal do mercado. Porque nem tudo que eles tratam como gasto, eu trato como gasto”, disse o presidente, cuja entrevista será exibida na noite desta terça-feira.
Lula destacou que um pequeno déficit não representa um problema substancial para o país e reafirmou seu compromisso com a estabilidade fiscal. Ele enfatizou que, durante sua campanha, prometeu promover um ambiente de estabilidade política, jurídica, fiscal, econômica e social.
“É apenas uma questão de visão. Você não é obrigado a estabelecer uma meta e cumpri-la se você tiver coisas mais importantes para fazer. Esse país é muito grande, esse país é muito poderoso. O que é pequeno é a cabeça dos dirigentes desse país e a cabeça de alguns especuladores”, complementou o petista.
“Seriedade fiscal eu tenho mais do que quem dá palpite nessa questão fiscal no Brasil. […] O país não tem nenhum problema se é déficit zero, se é déficit 0,1%, se é déficit 0,2%. Não tem nenhum problema para o país. O que é importante é que esse país esteja crescendo, que a economia esteja crescendo, que o emprego esteja crescendo, que o salário esteja crescendo”, enfatizou Lula.
O presidente também afirmou que fará o necessário para cumprir o arcabouço fiscal, lembrando que durante a campanha assumiu o compromisso de criar um país com “estabilidade política, jurídica, fiscal, econômica e social”.