Em 2023, o Brasil registrou um aumento em todas as formas de violência contra mulheres, conforme os dados do 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quinta-feira (18). Entre os destaques, o feminicídio cresceu 0,8%, tentativas de feminicídio subiram 7,1%, agressões decorrentes de violência doméstica aumentaram 9,8%, casos de stalking tiveram um crescimento de 34,5%, importunação sexual registrou um aumento de 48,7%, tentativas de homicídio cresceram 9,2% e violência psicológica teve um aumento de 33,8%.
Entre as 1.467 vítimas de feminicídio, 63,6% eram negras, 71,1% tinham entre 18 e 44 anos, e 64,3% foram mortas em suas próprias residências. Em 63% dos casos, o assassino foi o parceiro, em 21,2%, o ex-parceiro, e em 8,7%, um familiar.
No mesmo período, foram concedidas 540.255 medidas protetivas de urgência, representando um aumento de 26,7% em comparação ao ano anterior.
Também houve um aumento nos casos de violência contra crianças e adolescentes. O abandono de incapaz subiu 22%, o abandono material aumentou 34%, a pornografia infanto-juvenil cresceu 42,6%, a exploração sexual infantil teve um aumento de 24,1%, e a subtração de crianças e adolescentes subiu 28,4%. Das 29.469 vítimas de maus-tratos no Brasil, 60,9% tinham até 9 anos de idade.
Redução nas Mortes Violentas Intencionais, mas com Aumento em Alguns Estados
Apesar da redução geral de 3,4% nas mortes violentas intencionais no país em 2023, totalizando 46.328 casos, seis estados apresentaram aumento nesses números: Amapá (39,8%), Mato Grosso (8,1%), Pernambuco (6,2%), Mato Grosso do Sul (6,2%), Minas Gerais (3,7%) e Alagoas (1,4%).
Esses dados ressaltam a urgência de medidas efetivas para combater a violência de gênero e proteger as populações mais vulneráveis, incluindo crianças e adolescentes.