A Polícia Federal (PF) lançou, nesta quinta-feira, 1º, a segunda fase da Operação Cianose, focada em desvios suspeitos na aquisição de respiradores pelo Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável do Nordeste durante a pandemia de Covid-19. Foram cumpridos 34 mandados de busca e apreensão nos estados da Bahia, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo.
Conforme declaração da PF, os “delitos investigados incluem crimes licitatórios, desvio de recursos públicos, lavagem de capitais e organização criminosa”. A Justiça Federal na Bahia autorizou a operação.
Na primeira fase da Operação Cianose, ocorrida em abril de 2022, um dos principais alvos foi o ex-secretário do governo da Bahia, Bruno Dauster. A investigação concentra-se na empresa contratada pelo Consórcio Nordeste para fornecer respiradores no início da pandemia.
As investigações apontam que o processo de compra dos respiradores foi marcado por irregularidades, incluindo o pagamento antecipado do valor total, sem garantias contratuais em caso de inadimplência da empresa contratada.
Em resposta à primeira fase da operação, o Consórcio Nordeste declarou em nota: “A aquisição conjunta de ventiladores pulmonares pelo Consórcio Nordeste foi realizada logo no início da pandemia, tendo como fundamento o art. 4º da Lei nº 13.979/2020, em processo administrativo que observou todos os requisitos legais”.
O Consórcio afirma ter sido vítima de fraude por empresários que receberam o pagamento sem entregar os equipamentos. “O fato foi imediatamente denunciado pelo próprio Consórcio Nordeste às autoridades policiais e ao judiciário, através de ação judicial que resultou na prisão desses empresários e no bloqueio de seus bens”, explicou a entidade.