O Tribunal Oral Federal N°2 (TOF2) da Argentina condenou Guillermo Moreno, ex-secretário de Comércio durante os governos kirchneristas, a três anos de prisão e inabilitação para cargos públicos pelo mesmo período. Moreno foi considerado responsável pela manipulação de dados públicos do Instituto Nacional de Estatística e Censos (INDEC) nos anos de 2006 e 2007, especificamente em estatísticas de inflação e crescimento do PIB.
O promotor Diego Luciani havia solicitado uma pena mais severa de quatro anos de prisão e dez anos de inabilitação. As manipulações conduzidas por Moreno geraram desconfiança tanto nacional quanto internacional nas estatísticas oficiais argentinas, afetando a credibilidade do INDEC e prejudicando a imagem do país no mercado financeiro. Além disso, a falta de dados confiáveis impactou diretamente políticas de ajuste salarial e benefícios sociais, prejudicando setores vulneráveis da população.
Junto a Moreno, foram condenadas outras ex-funcionárias do INDEC: Beatriz Paglieri, ex-diretora do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), Marcela Filia e María Celeste Cámpora Avellaneda, todas com penas similares pela participação no esquema de manipulação de dados. Esta não é a primeira condenação de Moreno, que já enfrentou penas por outros casos relacionados à sua conduta durante o período em que esteve no governo.
Durante o julgamento, Moreno manteve sua postura de negação, insistindo na falta de provas e na injustiça de seu julgamento, apesar das evidências apresentadas. Com esta condenação, o futuro político de Moreno fica ainda mais incerto, especialmente devido à sua inabilitação para ocupar cargos públicos.
Este caso destaca a importância da integridade e transparência nas instituições públicas e serve como um lembrete severo das consequências de manipulações governamentais no sistema estatístico de um país.