O perito criminal Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal ( STF), negou à Polícia Federal (PF) qualquer envolvimento no vazamento das mensagens que deram origem à reportagem da Folha de S. Paulo, conhecida como ‘Vaza Toga’.
A matéria do jornal revelou o uso não oficial do setor de combate à desinformação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pelo gabinete de Moraes. Em depoimento prestado nesta quinta-feira (22), Tagliaferro afirmou que não foi contatado por ninguém, nem procurou qualquer pessoa para negociar o material em troca de dinheiro.
A investigação, aberta por iniciativa do próprio Alexandre de Moraes, busca identificar o responsável pelo vazamento e apurar se houve um “atentado” contra a democracia. Tagliaferro relatou à PF que, durante uma investigação de um processo por violência doméstica, que tramita em Caieiras, São Paulo, entregou seu celular desbloqueado às autoridades. Ele afirmou que a apreensão do aparelho ocorreu em Franco da Rocha, cidade vizinha, e que o celular foi devolvido seis dias depois, sem lacre.
O episódio resultou na saída de Tagliaferro, em maio de 2023, da chefia do núcleo de enfrentamento à desinformação do TSE, função que exercia durante a presidência de Moraes. A abertura do inquérito para investigar as mensagens trocadas entre assessores e ex-auxiliares de Alexandre de Moraes foi determinada pelo próprio ministro, e a intimação de Tagliaferro foi uma das primeiras ações adotadas na investigação.