O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a apreensão do celular de Eduardo Tagliaferro, ex-chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A decisão foi tomada após a divulgação de mensagens que apontam ações extraoficiais por parte de Moraes.
A Polícia Federal investiga se Tagliaferro tentou vender as mensagens, que revelam o uso extraoficial da Corte Eleitoral, para jornalistas. As mensagens, extraídas de um grupo de WhatsApp do qual Tagliaferro participava com juízes auxiliares do gabinete de Moraes, foram reveladas em reportagens do jornal Folha de S. Paulo.
Durante depoimento à PF, Tagliaferro negou ter vazado as mensagens ou tentado vendê-las, afirmando que seu celular foi apreendido pela Polícia Civil de São Paulo em 2023. A PF suspeita que ele tenha oferecido as mensagens a jornalistas em troca de dinheiro, embora ele tenha negado essa acusação. Segundo seu advogado, Eduardo Kuntz, o teor das perguntas feitas a Tagliaferro não constava nos autos do inquérito.
O pedido de busca e apreensão foi deferido por Moraes, que autorizou a análise de todo o conteúdo armazenado no celular de Tagliaferro, incluindo mensagens eletrônicas, e-mails, documentos bancários e fiscais, além de dados telemáticos e de armazenamento de dispositivos eletrônicos. A Procuradoria-Geral da República (PGR) manifestou-se favorável à medida.