Novas revelações do professor Ricardo Molina Figueiredo, do Laboratório de Perícias, lançam dúvidas sobre a integridade do relatório da Polícia Federal (PF) que incriminou o empresário Roberto Mantovani por suposta agressão a Alexandre Barci, filho do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O incidente ocorreu no Aeroporto de Roma em julho do ano passado e gerou grande polêmica, culminando no uso do relatório para indiciar a família Mantovani.
Molina, contratado pela defesa de Mantovani, identificou falhas graves na análise pericial da PF, especialmente na apresentação de recortes de frames que teriam sido manipulados ou suprimidos, afetando a qualidade e a integridade das provas visuais. Segundo o perito, a qualidade dos frames apresentados no relatório da PF diverge drasticamente das imagens originais obtidas na Itália, sugerindo a supressão de informações relevantes, como o time code, que é essencial para avaliar a sequência e o intervalo entre as imagens.
Entre as omissões identificadas por Molina, destaca-se uma cena específica em que Alexandre Barci agride Roberto Mantovani com um tapa na nuca. Essa agressão foi presenciada por várias pessoas no local, incluindo servidores do STF e membros do Poder Judiciário, que assistiram à cena repetidamente em câmera lenta, a pedido do perito. Molina ressaltou que essa sequência foi crucial para demonstrar que a ação agressiva partiu de Barci, ao contrário do que foi anteriormente sugerido pelo relatório da PF.
Outro ponto crítico levantado por Molina foi a suposta perseguição de Roberto Mantovani e sua família a Barci, conforme relatado pela PF. De acordo com o perito, a análise das imagens revela o contrário: Barci é quem teria saído da sala VIP para seguir Mantovani e sua família pelo corredor do aeroporto, sem que houvesse qualquer provocação anterior. Essa nova perspectiva inverte completamente a narrativa dos eventos, questionando a veracidade das acusações feitas contra a família Mantovani.
As descobertas de Molina trazem à tona a possibilidade de manipulação ou falhas graves no relatório da PF, que podem ter influenciado indevidamente o processo judicial. A defesa de Mantovani agora possui um argumento forte para contestar as acusações, com base em provas periciais que sugerem uma leitura incorreta dos eventos.
O caso, que já era envolto em controvérsias, ganha agora uma nova dimensão, colocando em xeque não apenas o relatório original da PF, mas também a integridade do processo legal. À medida que as novas evidências são examinadas, o desenrolar deste caso promete impactos significativos tanto para os envolvidos diretamente quanto para o sistema de justiça brasileiro como um todo.