O ministro Augusto Nardes, do Tribunal de Contas da União (TCU), afirmou na terça-feira (15) que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e o Ministério de Minas e Energia serão responsabilizados pela crise energética que deixou mais de 2 milhões de pessoas sem luz em São Paulo. Durante a visita ao estado para fiscalizar a situação, Nardes destacou que a responsabilidade pela falha no fornecimento de energia recai sobre a União, especialmente a Enel, empresa concessionária.
Cerca de 200 mil pessoas continuam sem eletricidade, e o ministro do TCU indicou que a responsabilização deverá envolver esferas municipais, estaduais e federais. “Vamos responsabilizar a Aneel e o Ministério das Minas e Energia por apagão em SP”, declarou o ministro ao programa Estúdio i. Ele criticou a falta de governança da Enel e afirmou que o Tribunal está ouvindo todas as autoridades envolvidas no processo.
Nardes se reuniu com representantes da Enel e da Aneel e planeja encontrar o prefeito Ricardo Nunes e o governador Tarcísio de Freitas para discutir a crise. O ministro pretende apresentar uma decisão ao TCU nos próximos 15 dias, com foco na responsabilização das autoridades, visando evitar que a população enfrente novos apagões devido a eventos climáticos adversos.
A Enel alegou que o apagão, ocorrido na noite de sexta-feira (11), foi causado por um evento climático extremo, e que a empresa não possui equipamentos adequados para medir a intensidade das tempestades. Moradores de diversas cidades e bairros da capital estão sem luz há mais de 65 horas, relatando dificuldades em contatar a concessionária e obter informações sobre o retorno do serviço.