A Coligação Liberta Luziânia (que teve como candidata derrotada à prefeitura, Diretora Ana Lúcia, do PSDB) utilizou um áudio atribuído ao ex-secretário de Governo de Luziânia, Divonei Oliveira de Souza (hoje auxiliar na prefeitura), para acionar a Justiça sobre um suposto esquema de corrupção na prefeitura. A gravação, que revela uma possível rachadinha, foi divulgada pelo Metrópoles.
Nela, uma mulher conversa com Divonei e diz que advogados a alertaram sobre ser usada como funcionária fantasma na Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, uma vez que, apesar de nomeada para a pasta, foi orientada a prestar expediente integral no comitê instalado na nova sede do Democracia Cristã (DC), tanto durante período de pré-campanha quanto na campanha de 2024. Por esse motivo, não teria ido ao órgão público.
O secretário, então, diz que foi “ruim” ela procurar um advogado e que negaria que esteve com ela ou que a conhece, caso houvesse denúncia. “Se você deu seu nome para ele te nomear, então você tem um trato com ele. Para nós, se vier essa situação, nós vamos dizer abertamente que nós não temos conhecimento de nada. Eu vou negar que estive com você, vou negar que te conheço, vou negar que falei com você.”
Sobre o dinheiro, ele diz que é dela, mas conforme o acordo feito. Ela foi nomeada para o cargo que era ocupado pelo presidente do DC municipal, João Carlos Dadalte Júnior, que deixou a função para se lançar pré-candidato a vereador. A mulher, então, teria sido orientada por Divonei a trabalhar no comitê da sigla, mas a assinar a folha de ponto para “provar” que atuava na secretaria.
Com o salário de R$ 4 mil, ela deveria pagar despesas do comitê e até outro funcionário informal. O restante ela teria que repassar a Dadalte, restando para ela R$ 800.
Dadalte também teria feito um empréstimo consignado que descontava do salário da mulher que, quando soube da gravidade do caso, pediu para trabalhar na pasta onde foi nomeada. Não conseguindo, ela teria feito uma carta ao prefeito Diego Sorgatto (União Brasil) pedindo exoneração, o que não conseguiu. Assim, a funcionária teria parado de repassar o valor, sendo, inclusive, ameaçada, conforme o processo.
Também foi divulgado pelo Metrópoles um áudio em que João Carlos reclama a um pastor identificado como Luiz Antônio Gonçalves Oliveira, que seria o proprietário do imóvel locado pelo diretório municipal do DC, que a mulher teria parado de repassar o dinheiro.
Após alguns meses, Dadalte foi até a casa da mulher cobrar e teria constrangido familiares dela. Foi quando a funcionária resolveu ir até a Polícia Civil e revelou o esquema em um boletim de ocorrência. Ela foi exonerada em 31 de dezembro. A Coligação Liberta Luziânia, que teve conhecimento do caso, acionou a Justiça, que determinou busca e apreensão no diretório que, inclusive, estaria utilizando móveis do município, o que é vedado pela Lei das Eleições.
Defesa
O Mais Goiás procurou o prefeito Diego Sorgatto, que disse não ter recebido a carta ou saber do caso até sair na imprensa. “O que percebi é que parece ser um possível acordo entre um ex-servidor e uma ex-servidora da prefeitura em relação a salário, mas eu não tenho ciência disso. E se existir algum processo que eu ainda não sei, também obviamente vou estar à disposição para esclarecer.”
O portal não conseguiu contato com os demais citados, mas mantém o espaço aberto, caso haja interesse.